Após 467 dias de guerra Israel e Hamas chegam a acordo de Cessar Fogo

O Governo de Israel aprovou oficialmente, nesta sexta-feira (17), um acordo de cessar-fogo com o grupo Hamas, que prevê a libertação de reféns a partir do próximo domingo (19). Após uma reunião do Conselho de Ministros, o acordo foi aprovado por 24 votos a favor e 8 contrários, segundo informações do site Axios. A decisão ocorre após o gabinete de segurança israelense ter recomendado a aprovação do texto, em um processo que enfrentou resistência dentro do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

O primeiro-ministro revelou que a primeira fase do acordo prevê a libertação gradual de 33 reféns pelo Hamas, sendo que ao menos três serão libertados já no domingo. Cerca de cem pessoas continuam sob o poder do grupo, e a devolução delas faz parte do tratado, que também inclui a liberação de centenas de prisioneiros palestinos por parte de Israel e a interrupção dos bombardeios na Faixa de Gaza.

O cessar-fogo ocorre após 467 dias de conflito na região, que resultaram em quase 48 mil mortes. O tratado foi mediado por Estados Unidos, Catar e Egito, e enfrenta oposição de alas mais linha-dura dentro do governo israelense. O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, e outros membros da ultradireita foram críticos ferozes do acordo, alegando que ele compromete a segurança e as conquistas militares de Israel. Ben-Gvir chegou a declarar que renunciará caso o tratado seja implementado.

Apesar das divergências internas, Netanyahu conseguiu apoio suficiente para aprovar o acordo, considerado um marco em meio à crise humanitária que assola a região. Grandes áreas da Faixa de Gaza foram reduzidas a escombros devido aos bombardeios israelenses e às operações terrestres realizadas ao longo do conflito, que começou após uma incursão surpresa do Hamas ao sul de Israel, em outubro de 2023. Mais de 1.200 israelenses foram mortos e mais de 200 sequestrados na ocasião.

O acordo representa uma chance de alívio temporário para os 2,3 milhões de habitantes da Faixa de Gaza, que enfrentam uma grave crise humanitária. Contudo, o futuro do conflito ainda é incerto, com opositores prometendo pressionar por uma retomada da guerra após a conclusão da primeira fase do cessar-fogo. Para Netanyahu, a aprovação do tratado é um desafio político e diplomático, mas também uma oportunidade de avançar em soluções para a violenta disputa que marca a região há décadas.

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