Após 7ª queda consecutiva Dólar fecha em R$ 5,86 às vésperas da ‘Superquarta’

Nesta terça-feira (28), o dólar registrou sua sétima queda consecutiva, encerrando o dia com recuo de 0,73%, cotado a R$ 5,8690, o menor patamar desde novembro. A moeda norte-americana acumula uma queda de 0,83% na semana e de 5,03% no mês e no ano. Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, operava em queda na última hora do pregão, após ter registrado alta de 1,97% na véspera, quando fechou aos 124.862 pontos.

A movimentação nos mercados reflete a expectativa pela chamada “Superquarta”, marcada por decisões cruciais de política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, que podem trazer impactos significativos para os investidores.

Expectativa no Brasil: Selic deve subir para 13,25%

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve anunciar um aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic, que deve alcançar 13,25% ao ano. A decisão busca conter a aceleração da inflação no país, que preocupa o mercado. O Boletim Focus, relatório que reúne as projeções de economistas, aponta uma expectativa de inflação de 5,50% para 2025, acima da meta de 3%, mas dentro do intervalo de tolerância (1,5% a 4,5%).

Economistas também aguardam o comunicado oficial do Copom, que pode trazer sinalizações importantes sobre os próximos passos para a política monetária, especialmente com expectativas de novas altas na Selic nos próximos meses, possivelmente chegando a 14,25% ao ano.

Estados Unidos: Federal Reserve deve manter juros inalterados

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) deve optar por manter as taxas de juros entre 4,25% e 4,50% ao ano. A decisão reflete o momento de cautela, enquanto o Fed aguarda novos indicadores econômicos e observa possíveis impactos das políticas do presidente Donald Trump. A manutenção dos juros em um patamar elevado visa equilibrar os riscos de uma pressão inflacionária, especialmente em um cenário de incertezas sobre o comércio global.

Resultados corporativos também estão no radar

Além das decisões de juros, os investidores monitoram os resultados financeiros de grandes empresas americanas, como Boeing, General Motors (GM) e Starbucks, que podem oferecer pistas sobre a saúde econômica dos Estados Unidos. A GM, por exemplo, reportou uma receita de US$ 47,7 bilhões no último trimestre, superando as estimativas de US$ 44,98 bilhões.

O impacto nos mercados

A perspectiva de juros mais altos no Brasil eleva a atratividade de investimentos em renda fixa, o que pode aumentar a entrada de dólares no país e reduzir a pressão sobre o real. Já no cenário americano, a estabilidade dos juros pode trazer alívio temporário, enquanto o mercado avalia os próximos passos do Fed.

Com o dólar renovando sua mínima em meses e o Ibovespa operando com volatilidade, os mercados seguem atentos ao desfecho da “Superquarta” e às indicações que possam influenciar o rumo da economia global nos próximos meses.

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