Após Lula, Biden também pede ampliação do Conselho de Segurança com foco em acabar com guerras

Após o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral da ONU, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também defendeu, nesta terça-feira (24), a reforma do Conselho de Segurança da ONU. Em sua fala, Biden enfatizou a necessidade de ampliar o conselho com o objetivo de “acabar com guerras”, ressaltando a importância de tornar a organização mais inclusiva. Embora tenha destacado a urgência da reforma, Biden não especificou quais países ou regiões deveriam ser incluídos no Conselho, ao contrário de Lula, que pediu a inclusão de países da América Latina e África.

“O Conselho de Segurança precisa voltar ao trabalho de acabar com guerras, acabar com o sofrimento, assinar acordos e deixar de difundir as armas mais perigosas”, afirmou Biden. Segundo ele, uma ONU mais forte e inclusiva seria essencial para enfrentar os desafios globais.

Apoio a Israel e guerra na Ucrânia

Apesar de defender a paz, Biden dedicou parte significativa de seu discurso ao apoio à Ucrânia na guerra contra a Rússia e à defesa de Israel no conflito em Gaza. Ele reiterou o compromisso dos Estados Unidos em fornecer assistência militar e financeira a Israel e condenou os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023. Embora tenha falado em “paz” no Oriente Médio, Biden não se desviou da defesa de Israel, cuja campanha militar contra os palestinos na Faixa de Gaza continua a receber suporte dos EUA.

“O mundo não precisa se render diante dos horrores de 7 de outubro”, disse Biden, referindo-se aos ataques do Hamas, mas sem mencionar as críticas internacionais ao número crescente de vítimas civis palestinas. Ele afirmou que os EUA continuarão a apoiar Israel, argumentando que o país tem o direito de se defender de ataques.

Relação com o Irã e competição com a China

Além de abordar os conflitos no Oriente Médio, Biden também fez duras críticas ao Irã, mencionando seu apoio ao Hamas e defendendo a necessidade de impedir que o país obtenha armas nucleares. Sobre a China, o presidente americano buscou um tom mais diplomático, afirmando que pretende “gerir com responsabilidade” a competição com o país, mas ao mesmo tempo reforçando alianças no Indo-Pacífico, em uma tentativa de conter a influência de Pequim.

Fim do mandato e legado de Biden

Este foi o último discurso de Biden na Assembleia Geral da ONU, já que seu mandato presidencial termina neste ano. Durante os 15 minutos de fala, o presidente tentou consolidar seu legado como um defensor da paz, da segurança global e dos princípios democráticos. Ele enfatizou que os EUA continuarão liderando esforços globais para acabar com conflitos, combater as mudanças climáticas e enfrentar outros desafios globais, como a fome.

“Estamos em um momento de inflexão da história mundial. As ações da atualidade vão definir nosso futuro nas próximas décadas”, afirmou Biden, pedindo a união da comunidade internacional em torno dos princípios da ONU.

A Assembleia Geral da ONU continua até o dia 30 de setembro, com discursos de diversos líderes mundiais.

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