Buenos Aires — Em uma operação coordenada com apoio do Brasil e do Paraguai, o governo argentino identificou Hussein Ahmad Karaki como o principal líder operacional do Hezbollah na América Latina, nesta sexta-feira (25). Karaki, suspeito de recrutar militantes e de planejar ataques em vários países do continente, incluindo o Brasil, teria envolvimento direto em atentados históricos na Argentina e permanece foragido no Líbano.
Segundo o Ministério da Segurança argentino, Karaki teve participação nos ataques a alvos judaicos em Buenos Aires, na década de 1990, que incluíram o atentado à Embaixada de Israel em 1992, um dos episódios mais trágicos do país. A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, explicou que Karaki foi responsável por obter o carro-bomba usado nesse ataque e que ele teria deixado a Argentina para o Brasil pouco antes da explosão, utilizando um passaporte colombiano falso para escapar.
Além do histórico de ataques na Argentina, Karaki é acusado de liderar uma rede de recrutamento para o Hezbollah na América Latina, com foco em fortalecer a presença da organização na região. Segundo as investigações, ele operou com documentos de países como Brasil, Colômbia e Venezuela, assumindo o papel de “cérebro e recrutador” do grupo extremista no continente.
Em 2023, autoridades brasileiras, com o apoio da Polícia Federal, conseguiram frustrar um plano de ataque supostamente coordenado por Karaki, destacando a seriedade da ameaça representada por suas atividades. Diante dos fatos, a Argentina emitiu um alerta de prisão internacional contra o extremista, na esperança de que ele seja detido e levado à justiça.
“Essa pessoa vem trabalhando desde os anos 1990 na organização do Hezbollah em nosso continente”, declarou Bullrich, reiterando a gravidade das operações de Karaki na América Latina e a colaboração entre os governos da região para combater o terrorismo. As autoridades agora intensificam a busca pelo extremista, que permanece um alvo importante para a segurança internacional.