Um ataque a bomba realizado pela Rússia nesta sexta-feira (30) na cidade de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, resultou em seis mortes, incluindo a de uma criança que estava brincando em um parquinho. Outras 55 pessoas ficaram feridas, sendo que cerca de 20 delas estão em estado crítico. O bombardeio atingiu uma zona residencial, provocando incêndios em prédios de 12 andares e espalhando destruição por toda a área.
Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, tem sido alvo frequente de ataques desde o início da invasão russa, há dois anos e meio. A região ao redor da cidade tem sofrido intensamente com o uso de bombas guiadas altamente destrutivas por parte das forças russas.
Em resposta ao ataque, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, usou as redes sociais para apelar aos aliados internacionais, pedindo que a Ucrânia seja autorizada a utilizar armas de longo alcance contra a Rússia. Em um vídeo publicado na plataforma X, Zelensky destacou a gravidade do ataque e reforçou a necessidade de decisões firmes por parte dos parceiros internacionais para conter a agressão russa. “O ataque russo em Kharkiv foi diretamente sobre pessoas, sobre casas comuns. (…) Ele foi realizado usando uma bomba guiada, um ataque que poderia ter sido evitado se nossas Forças de Defesa tivessem a capacidade de destruir aeronaves militares russas em suas bases”, afirmou o presidente.
A Rússia nega consistentemente ter como alvo civis, mas desde o início da invasão, milhares de civis foram mortos e feridos em ataques por todo o território ucraniano. Nos últimos dias, o Kremlin intensificou sua ofensiva, lançando uma onda de ataques com mísseis e drones em várias regiões da Ucrânia. Na última terça-feira (27), essa nova fase da ofensiva russa resultou na morte de quatro pessoas, sendo duas em Kryvyi Rih e outras duas em Zaporizhzhia. Além das mortes, houve danos significativos a edifícios, veículos e infraestrutura local.
A ofensiva de terça-feira ocorreu um dia após o maior ataque aéreo de Moscou contra a Ucrânia desde o início da guerra, em fevereiro de 2022. Mais de 200 mísseis e drones foram lançados pela Rússia na segunda-feira, matando pelo menos sete pessoas e causando danos graves à infraestrutura energética ucraniana.
Especialistas e blogueiros militares russos, como o coletivo pró-guerra Rybar, descreveram os recentes ataques como uma retaliação à incursão ucraniana na região de Kursk, território russo, ação considerada inédita desde a Segunda Guerra Mundial. O Kremlin prometeu uma resposta contundente à incursão ucraniana, embora a ação militar em Kursk tenha ocorrido há três semanas.
O aumento dos ataques e a intensificação da guerra destacam a crescente tensão entre as duas nações, com a Ucrânia buscando maior apoio internacional para reforçar sua defesa e resistir à agressão russa. A situação continua a evoluir, com os civis ucranianos pagando um preço alto em meio ao conflito.