Bitcoin Retoma Patamar de US$ 95 Mil Após Atuação do Índice de Inflação nos EUA, Mas Perdas Persistem

O Bitcoin (BTC) conseguiu atenuar as perdas significativas registradas nas primeiras horas desta sexta-feira (20), recuperando parte do terreno perdido e voltando a negociar perto dos US$ 95 mil. O alívio veio após a divulgação do índice de preços de gastos com consumo pessoal (PCE), considerado a medida preferida do Federal Reserve (Fed) para monitorar a inflação nos Estados Unidos. O dado revelou que a inflação mensal de novembro foi de apenas 0,1%, enquanto a variação anual ficou em 2,4%, abaixo da estimativa de 2,5% do mercado, mas ainda superior à meta de 2% do banco central americano.

No início do dia, o Bitcoin havia caído para US$ 92.222, o que representou uma queda de quase 16% em relação ao recorde histórico de US$ 108 mil alcançado no início da semana. Contudo, a reação positiva aos dados de inflação ajudou a moeda digital a se recuperar, sendo negociada pouco abaixo de US$ 96 mil por volta das 11h40, ainda distante da máxima de US$ 108 mil registrada na segunda-feira.

Mercado de Criptomoedas Sob Pressão

O alívio no preço do Bitcoin também se refletiu em outras criptomoedas, mas a maioria das principais moedas ainda registrava quedas acentuadas. Até o momento, o Bitcoin apresentava uma desvalorização de 6,1% nas últimas 24 horas, enquanto o Ethereum (ETH) perdia 9% e o XRP, 8,2%. O Dogecoin (DOGE), por sua vez, registrava uma queda de impressionantes 17,5%.

A pressão sobre os ativos digitais vem de uma série de fatores, sendo o principal a expectativa de que o Fed manterá uma postura mais rígida em relação à política monetária, o que diminui o apetite especulativo e afasta os investidores em busca de ativos de maior risco.

Saídas Recordes de ETFs de Bitcoin

Outro fator que tem impactado o mercado de criptomoedas foi a recente saída de fundos de um grupo de ETFs (Exchange Traded Funds) que investem diretamente em Bitcoin. Na quinta-feira, esses fundos registraram uma saída líquida recorde de US$ 680 milhões, segundo dados da Bloomberg. Este movimento marcou o fim de uma sequência de 15 dias consecutivos de entradas, um reflexo da crescente cautela dos investidores em relação à direção do mercado.

Expectativas de Correção e Realização de Lucros

O especialista Strahinja Savic, chefe de dados da FRNT Financial, destacou que correções como essa são típicas de mercados em alta, sugerindo que o Bitcoin e outras criptomoedas possam enfrentar um período de volatilidade no curto prazo. A QCP Capital também observou que o principal motor dessa correção foi o posicionamento “excessivamente otimista” do mercado nas últimas semanas.

Além disso, a postura mais agressiva do Fed, que sinalizou uma possível manutenção das altas taxas de juros, pesou sobre os ativos de risco, incluindo as criptomoedas. Apesar disso, o Bitcoin segue com uma alta acumulada de quase 50% desde a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA, em 5 de novembro.

Edward Chin, da Parataxis, considerou a atual volatilidade do Bitcoin como uma “realização de lucros típica de fim de ano”, sem que houvesse um gatilho fundamental para a liquidação observada nos últimos dias.

O Futuro do Bitcoin e do Mercado de Criptos

Com a expectativa de menos cortes de juros por parte do Fed em 2025, alguns investidores começaram a reduzir sua exposição e a realizar lucros. Chris Weston, chefe de pesquisa do Pepperstone Group, afirmou que, no curto prazo, a cautela é recomendada, já que o momentum do mercado de criptomoedas claramente perdeu força.

“Isso não significa que veremos um colapso de preços em breve, mas o controle sobre os preços passou para os vendedores, e o mercado está começando a perder a força compradora”, destacou Weston.

O mercado de criptomoedas deve seguir monitorando de perto os próximos movimentos do Fed, além dos dados econômicos dos EUA, para entender a continuidade da tendência de alta ou a iminência de uma nova correção mais profunda.

Desempenho das 10 Principais Criptomoedas (às 11h40)

O futuro do Bitcoin continua incerto, mas o mercado parece se aproximar de um período de maior volatilidade, com os investidores avaliando os riscos diante da política monetária dos EUA e do clima econômico global.