Bolsa dos Eua caem novamente após resposta da China aos tarifaços

As bolsas de valores dos Estados Unidos enfrentaram mais um dia de fortes quedas nesta sexta-feira (4), em meio à intensificação da guerra comercial com a China, que anunciou uma retaliação ao “tarifaço” imposto pelo governo de Donald Trump. O movimento de queda dos índices norte-americanos seguiu a tendência global, afetando também mercados na Europa, Ásia e no Brasil.

Por volta das 11 horas (horário de Brasília), os principais índices de ações dos EUA estavam em forte declínio. O Dow Jones registrava uma queda de 3,46%, aos 39,1 mil pontos, o S&P 500 recuava 3,99%, aos 5,1 mil pontos, e o Nasdaq Composite, com destaque para as ações do setor de tecnologia, despencava 4,55%, atingindo os 15,7 mil pontos.

Essa queda acentuada ocorre após o governo chinês anunciar que aplicará tarifas de 34% sobre produtos norte-americanos a partir de 10 de abril. A medida é uma resposta direta às tarifas de 34% que o governo de Trump impôs sobre as exportações chinesas, decisão que entrará em vigor no dia seguinte, 5 de abril. Essa escalada das tarifas entre as duas maiores economias do mundo tem aumentado as tensões comerciais e gerado incertezas sobre o futuro das negociações entre as potências.

Além das tensões comerciais, os investidores também reagiram aos dados de emprego dos EUA, divulgados pelo Departamento do Trabalho nesta manhã. O relatório mostrou que os EUA criaram 228 mil vagas de emprego fora do setor agrícola em março, superando amplamente as expectativas, que eram de criação de 135 mil empregos. Embora o crescimento do emprego indique uma economia ainda aquecida, isso também levanta preocupações sobre o aumento da inflação e a continuidade de uma política monetária mais rígida por parte do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos EUA.

A alta nas taxas de juros e o fortalecimento da política monetária do Fed podem ter efeitos negativos sobre o mercado de ações, já que o aumento da inflação pode levar a um custo mais alto para o crédito, impactando os investimentos e o consumo.

O impacto da escalada da guerra comercial já se reflete no mercado global. Na Europa, os índices acionários também apresentaram quedas expressivas, com perdas superiores a 3% em vários mercados. Na Ásia, as bolsas fecharam em baixa, refletindo o ambiente de incerteza gerado pelas tarifas. No Brasil, o Ibovespa também enfrentou uma queda significativa, acompanhando a tendência negativa dos mercados internacionais.

As tensões comerciais entre os EUA e a China, aliadas a incertezas sobre a política monetária americana, mantêm os investidores em alerta máximo, com muitos temendo que essa guerra de tarifas possa resultar em uma desaceleração global da economia. O impacto nas economias de outros países, somado ao aumento da volatilidade nos mercados, tem alimentado os receios de uma crise econômica mais ampla.

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