O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (6) que pretende autorizar a instalação de uma base militar dos Estados Unidos na Tríplice Fronteira, entre Brasil, Argentina e Paraguai, caso volte à presidência da República.

Em entrevista à coluna de Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, Bolsonaro destacou que deseja firmar um “acordo militar parrudo” com os EUA para combater a presença de terroristas na região. “Eu vou permitir que seja instalada uma base militar dos EUA ali”, afirmou.

No entanto, o ex-presidente encontra-se inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que o impede de disputar as eleições presidenciais de 2026. Apesar disso, Bolsonaro e seus aliados buscam reverter a decisão da Corte eleitoral.

Bolsonaro também reafirmou que se considera o único representante da direita para as próximas eleições e tem evitado apoiar possíveis substitutos na disputa. O advogado e assessor Fábio Wajngarten confirmou as declarações do ex-presidente.

Além da possível instalação da base militar, Bolsonaro declarou sua intenção de retirar o Brasil do BRICS e da Organização Mundial da Saúde (OMS), caso volte ao poder. “Eu, se for presidente de novo, saio do BRICS e da OMS [Organização Mundial da Saúde]”, afirmou. O BRICS é um bloco econômico que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, entre outros países.

As declarações de Bolsonaro estão alinhadas com a política internacional do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que também defende posturas mais isolacionistas. Na Argentina, o presidente Javier Milei, igualmente identificado com Trump, já retirou o país da OMS, reforçando a tendência de afastamento dessas organizações por lideranças de direita na América Latina.