Bombardeios de Israel no Líbano Matam 274; País Vive Dia Mais Sangrento Desde a Guerra de 2006

Em um dos episódios mais devastadores dos últimos anos, o Líbano viveu nesta segunda-feira (23) o dia mais sangrento desde a guerra de 2006, após uma série de bombardeios israelenses que deixaram 274 mortos e mais de 1.024 feridos, de acordo com o Ministério da Saúde libanês. O ataque, o maior em termos de extensão territorial desde o início do atual conflito entre Israel e o grupo extremista Hezbollah, há quase um ano, atingiu principalmente regiões do sul e do leste do país, além da capital, Beirute.

Entre os mortos estão 21 crianças e 31 mulheres, além de profissionais de saúde. Israel afirmou ter atingido cerca de 800 alvos ligados ao Hezbollah, incluindo um comandante de alto escalão do grupo, identificado como Ali Karaki. O ataque desta segunda-feira ocorreu após um fim de semana de intensa troca de hostilidades, com o Hezbollah lançando cerca de 150 foguetes, mísseis e drones no norte de Israel no domingo (22), em retaliação a bombardeios israelenses que mataram comandantes do grupo.

O governo israelense afirmou que seus ataques visavam depósitos de armas e bases do Hezbollah, que, segundo as Forças de Defesa de Israel (FDI), estavam armazenando mísseis e drones em áreas civis, incluindo o Vale do Bekaa, a leste de Beirute, que até então havia sido poupado. Os bombardeios israelenses também se concentraram em Beirute, que já havia sofrido um ataque massivo na sexta-feira (20).

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, denunciou o que chamou de “guerra de extermínio” conduzida por Israel. Em um comunicado, Mikati pediu à ONU e à comunidade internacional que intervenham para interromper os ataques, afirmando que Israel está implementando um plano de destruição sistemática de vilarejos e cidades libanesas.

A escalada do conflito já forçou milhares de libaneses a deixarem suas casas, enquanto o governo do Líbano converteu escolas em abrigos para lidar com o deslocamento em massa de civis. O Ministério da Saúde libanês cancelou todas as cirurgias eletivas para liberar leitos nos hospitais para os feridos.

A ONU expressou preocupação com o número crescente de vítimas civis e a amplitude dos ataques, que marcam uma nova fase do conflito. O secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou alarme com a situação e reiterou a necessidade de uma solução pacífica para o conflito, que continua a escalar entre Israel e Hezbollah.

No lado israelense, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que os bombardeios estão mudando o equilíbrio de forças na fronteira norte, com a destruição de “milhares” de mísseis e foguetes que, segundo ele, estavam destinados a atacar cidades israelenses. Netanyahu e o ministro da Defesa, Yoav Gallant, pediram à população que continue obedecendo às sirenes de alerta de bombardeios e busquem abrigo em áreas protegidas.

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