Os republicanos da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos divulgaram, nesta segunda-feira (19), um relatório de 300 páginas que conclui a investigação sobre o presidente Joe Biden. O documento acusa o mandatário norte-americano de ter tido uma “conduta passível de impeachment”, alegando que Biden permitiu a existência de um esquema de tráfico de influência envolvendo membros de sua família.

O relatório foi produzido pelos comitês de Supervisão e Prestação de Contas, Judiciário e Meios e Caminhos da Câmara dos EUA. Segundo o documento, a família Biden teria arrecadado mais de US$ 27 milhões em recursos, utilizando a proximidade com a Casa Branca, durante o período em que Joe Biden era vice-presidente. Esses recursos teriam sido obtidos por meio de empresas de fachada localizadas em países como Ucrânia, China, Rússia, Romênia e Cazaquistão, beneficiando diretamente o filho do presidente, Hunter Biden, e seu irmão, James Biden, além de outros associados.

O relatório sugere que esses recursos não teriam sido obtidos “se não fosse a posição oficial de Joe Biden no governo dos Estados Unidos”. Além disso, acusa o atual presidente de ter conhecimento das atividades de tráfico de influência e de estar diretamente envolvido em ações que garantiram vantagens financeiras para sua família, com o objetivo de “sustentar um estilo de vida luxuoso”.

Entre as alegações, o documento afirma que Biden participou de diversas reuniões com parceiros de negócios de seu filho, Hunter, facilitando negociações para ele. Também há acusações de que o presidente se envolveu em negociações com empresas chinesas e russas, em benefício de sua família.

Diante do que foi descrito como um padrão de conduta “corrupta”, o relatório conclui que a “solução constitucional para o abuso flagrante do cargo pelo presidente é clara: impeachment pela Câmara dos Representantes e pelo Senado”.

Apesar da gravidade das acusações, a decisão de avançar com o pedido de impeachment ainda depende da liderança do Partido Republicano. Segundo informações, alguns membros republicanos da Câmara já mostram menos interesse no inquérito, e há uma forte expectativa de que o processo enfrente dificuldades para avançar no Senado, onde os democratas detêm a maioria.

O presidente Joe Biden, por sua vez, nega qualquer envolvimento direto em negócios estrangeiros e classificou o inquérito como uma “caça às bruxas” motivada por questões partidárias.