O governo canadense anunciou que imporá tarifas retaliatórias de 25% sobre mais de 100 produtos americanos, em resposta às medidas comerciais adotadas pelos Estados Unidos. A decisão foi divulgada neste domingo (2) pelo Departamento de Finanças do Canadá, que classificou as tarifas impostas pelos EUA como “injustificadas e irracionais”.
A nova taxa afetará uma ampla gama de produtos, incluindo carnes, laticínios, frutas, veículos, eletrônicos e equipamentos militares. O pacote inicial de tarifas soma US$ 30 bilhões e entrará em vigor a partir da próxima terça-feira (4). O governo canadense também informou que esta é apenas a primeira fase de um conjunto maior de medidas, que pode atingir um total de US$ 155 bilhões em importações americanas.
O Ministro das Finanças e Assuntos Intergovernamentais do Canadá, Dominic LeBlanc, enfatizou a posição do governo em relação às sanções comerciais impostas pelos EUA. “O Canadá não ficará parado enquanto os EUA impõem tarifas injustificadas e irracionais sobre produtos canadenses”, afirmou LeBlanc em comunicado.
Entre os itens que sofrerão sobretaxa na primeira fase estão produtos alimentícios como café, chá, especiarias, mel, ovos e laticínios. Além disso, equipamentos militares, como bombas, granadas, torpedos e mísseis, também serão impactados. Uma segunda fase da medida, que envolverá mais US$ 125 bilhões em tarifas adicionais, será submetida a consulta pública por 21 dias antes de ser implementada.
A reação do Canadá ocorre após a ordem executiva assinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no sábado (1º), que impõe tarifas de 25% sobre produtos canadenses e 10% sobre a energia exportada pelo país. O governo americano já indicou que pode ampliar ou endurecer as sanções caso o Canadá insista em medidas retaliatórias.
O governo canadense ressaltou que o país é o maior mercado de exportação para 36 estados americanos e que as trocas comerciais diárias entre os dois países ultrapassam US$ 2,5 bilhões. Segundo dados oficiais, o Canadá compra mais produtos dos EUA do que China, Japão, França e Reino Unido juntos, reforçando a importância da relação econômica entre os dois países.
A escalada nas tensões comerciais entre os EUA e o Canadá levanta preocupações sobre os impactos econômicos para ambos os lados, em um momento em que a estabilidade do mercado global já enfrenta desafios significativos.