China alerta EUA sobre Taiwan: “Não cruzem a linha vermelha”

A China emitiu um alerta aos Estados Unidos nesta segunda-feira (2), pedindo que o país interrompa o apoio a forças separatistas em Taiwan e evite cruzar a “linha vermelha” em questões relacionadas à ilha. A declaração foi feita pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, em resposta à visita do presidente de Taiwan, Lai Ching-te, ao Havaí no último sábado (30).

Lai, que realizou uma viagem de uma semana para fortalecer relações com aliados no Pacífico, fez uma parada de dois dias no Havaí. Durante a visita, ele também manteve uma ligação de 20 minutos com a ex-presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, na qual discutiram as crescentes ameaças militares da China, de acordo com a Agência Central de Notícias de Taiwan.

Pequim condenou veementemente tanto a visita quanto a interação entre Lai e Pelosi, reafirmando sua oposição a quaisquer paradas de trânsito de líderes taiwaneses em território americano. A China considera Taiwan uma parte integral de seu território e enxerga ações que reforcem a autonomia da ilha como uma ameaça à sua soberania.

A tensão foi intensificada por recentes decisões dos Estados Unidos, incluindo a aprovação da venda de peças de reposição para jatos F-16 e sistemas de radar para Taiwan, avaliada em US$ 385 milhões, anunciada pelo Departamento de Estado na última sexta-feira (29). A medida foi recebida com críticas por parte de Pequim, que frequentemente classifica o apoio militar dos EUA a Taiwan como uma violação do princípio de “uma só China”.

Nos últimos anos, a China tem aumentado sua presença militar ao redor de Taiwan, com exercícios e incursões que visam pressionar a ilha. Por outro lado, Taiwan, governada democraticamente, rejeita as reivindicações chinesas e busca manter sua autonomia, contando com o apoio dos Estados Unidos e de outros aliados.

Analistas acreditam que o alerta de Pequim reflete um momento de sensibilidade crescente nas relações entre as duas potências, com Taiwan no centro das disputas geopolíticas e militares. A questão continua sendo um dos principais pontos de tensão na relação China-EUA, com potencial de impacto significativo na estabilidade regional.

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