China pede ao Japão resposta coordenada às tarifas dos EUA em meio à escalada da guerra comercial

A China solicitou ao Japão uma resposta coordenada às tarifas impostas pelos Estados Unidos, em mais um capítulo da crescente disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo. A informação foi divulgada nesta terça-feira (22) pela agência de notícias japonesa Kyodo. Segundo a publicação, o pedido foi feito por meio de uma carta enviada pelo primeiro-ministro chinês, Li Qiang, a autoridades do governo japonês.

O apelo chinês ocorre em meio a uma nova rodada de aumentos tarifários que intensificaram o conflito comercial com os Estados Unidos. Desde o início do mês, os EUA elevaram progressivamente as tarifas sobre produtos chineses, chegando a taxas acumuladas de até 145%. A escalada começou com o anúncio de tarifas entre 10% e 50% sobre mais de 180 países, com a China recebendo uma das maiores alíquotas, de 34%, somadas a tarifas anteriores de 20%.

Em resposta, Pequim retaliou com tarifas equivalentes sobre importações americanas. O impasse evoluiu rapidamente: após a China se recusar a recuar, a Casa Branca confirmou nova elevação tarifária, atingindo produtos chineses com taxas adicionais que totalizam 125%. A China respondeu elevando suas tarifas a um nível igual. Apesar de uma pausa temporária nas tarifas para outros países, as sanções contra a China continuaram a subir, com os EUA anunciando a possibilidade de tarifas de até 245% sobre produtos específicos.

Essas medidas impactam setores estratégicos como tecnologia da informação, robótica, veículos de nova energia e equipamentos aeroespaciais. O Ministério das Relações Exteriores da China, por meio de seu porta-voz Lin Jian, criticou a falta de transparência dos EUA sobre o cálculo das tarifas e reiterou que o país manterá sua posição.

Enquanto os EUA afirmam estar abertos a negociações, a Casa Branca deixou claro que qualquer avanço depende da disposição da China em cooperar. A iniciativa de Pequim de buscar apoio do Japão pode sinalizar uma tentativa de construir uma frente comum entre países asiáticos diante das políticas comerciais norte-americanas. Até o momento, o governo japonês não comentou oficialmente o conteúdo da carta.

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