Pequim, 28 de outubro de 2023 – A China anunciou que tomará “contramedidas resolutas” em resposta à recente aprovação de um pacote de venda de armas dos Estados Unidos para Taiwan, avaliado em cerca de US$ 2 bilhões (aproximadamente R$ 11 bilhões). O Ministério das Relações Exteriores chinês condenou a medida e exigiu que os EUA interrompam imediatamente o fornecimento de armamentos à ilha, que a China reivindica como parte de seu território.
A venda, aprovada pelo Pentágono na última sexta-feira (25), inclui a entrega de um sistema avançado de mísseis de defesa aérea, o qual já foi testado em combate na Ucrânia. Essa venda é parte do compromisso dos EUA, estipulado por lei, de fornecer a Taiwan os meios para sua defesa, mesmo sem laços diplomáticos formais entre as duas nações.
Em uma declaração divulgada no sábado (26), o governo chinês afirmou ter feito “representações solenes” aos Estados Unidos, criticando a venda e a postura americana de apoio militar a Taiwan. Segundo o comunicado, a China exige que os EUA interrompam “movimentos perigosos que prejudicam a paz e a estabilidade” na região do Estreito de Taiwan.
“A China tomará todas as medidas necessárias para defender firmemente sua soberania nacional, segurança e integridade territorial”, informou o Ministério das Relações Exteriores chinês, sem especificar quais seriam essas ações.
O apoio dos EUA a Taiwan, mesmo sem reconhecimento diplomático oficial, é uma questão delicada para as relações sino-americanas. Pequim vê a cooperação militar com a ilha como uma violação à sua política de “Uma China” e uma ameaça direta à sua integridade territorial. O novo pacote de armamentos reforça a posição dos EUA de manter Taiwan equipada para se defender, o que eleva a tensão no estreito e aumenta as incertezas sobre as possíveis “contramedidas” prometidas pela China.