Como Funcionam as Urnas de Votação nos Estados Unidos?

Nesta terça-feira (5), os eleitores dos Estados Unidos irão às urnas para escolher seu próximo presidente. Em 2024, a disputa ocorre entre Donald Trump e Kamala Harris, e, ao contrário do Brasil, o processo de votação será feito principalmente com cédulas de papel. Mas, afinal, como funcionam as urnas de votação nos Estados Unidos? A seguir, explicamos as principais características desse sistema e suas diferenças em relação ao brasileiro.

O Sistema de Votação nos EUA

Nos Estados Unidos, o sistema eleitoral é descentralizado. Isso significa que cada estado e, muitas vezes, cada condado, é responsável por organizar e definir o próprio processo de votação. Esse formato permite que cada região adote métodos de voto diferentes, o que inclui o voto antecipado presencial, o voto por correio e o voto presencial no dia da eleição. Além disso, algumas áreas utilizam máquinas de votação eletrônica sem conexão à internet, enquanto outras preferem urnas que usam cédulas de papel digitalizadas ou até uma combinação de métodos.

Colégio Eleitoral: O Diferencial Americano

Outro fator que distingue o sistema eleitoral dos EUA é o Colégio Eleitoral. Em vez de eleger diretamente o presidente, o voto dos cidadãos é traduzido em “eleitores” (representantes) que cada estado possui no Colégio Eleitoral. Esses representantes, em sua maioria, seguem o voto popular do estado. Esse modelo, único, é um dos elementos que torna o sistema americano distinto e suscita debates sobre representatividade e distribuição de votos.

Como Funciona o Voto em Papel?

As urnas de votação nos Estados Unidos diferem bastante das urnas eletrônicas brasileiras. Nos EUA, a maioria dos eleitores recebe uma cédula de papel com os nomes dos candidatos e indicações das opções. Para registrar o voto, eles marcam uma bolinha, quadrado ou oval ao lado da escolha desejada. Depois, essa cédula é inserida em uma urna física ou em um leitor óptico, que digitaliza e registra o voto. Esse sistema de escaneamento permite que a cédula de papel seja mantida como prova física do voto, garantindo uma forma de auditoria se for necessário.

Em áreas rurais e menos populosas, as cédulas de papel são depositadas em uma urna física e contadas manualmente por equipes eleitorais, reforçando o vínculo dos eleitores com o processo físico de votação.

O Voto por Correio: Um Método Seguro?

Nos Estados Unidos, o voto por correio é bastante comum e amplamente aceito. Em muitos estados, qualquer eleitor pode optar pelo voto por correio, enquanto em outros é necessário justificar a escolha. Para assegurar a integridade do processo, os eleitores devem solicitar suas cédulas com antecedência e as assinaturas ou outras formas de identificação são verificadas. Condados também utilizam envelopes de segurança e realizam procedimentos de checagem para garantir que cada cédula corresponde a um eleitor registrado.

Por Que os EUA Não Utilizam Urnas Eletrônicas?

Apesar de serem uma potência tecnológica, os Estados Unidos ainda optam pelas cédulas de papel em grande parte de suas eleições, principalmente devido a preocupações com segurança. A urna eletrônica é vista como vulnerável a ataques cibernéticos por parte de alguns segmentos da população, que preferem o papel como uma maneira mais confiável de assegurar a integridade do voto. Além disso, os estados americanos têm autonomia para escolher o método de votação que melhor se adequa às suas realidades, o que contribui para a diversidade de práticas e o uso contínuo das cédulas de papel ou de leitores ópticos.

Outro aspecto é cultural: muitos americanos consideram o voto em papel um método mais transparente e menos suscetível a manipulações, refletindo o apego à auditabilidade e confiabilidade que o sistema oferece.

Diferenças entre as Eleições nos EUA e no Brasil

As eleições nos Estados Unidos e no Brasil apresentam diferenças profundas. No Brasil, o sistema eleitoral é centralizado e organizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que regula e supervisiona todo o processo eleitoral no país. A votação é feita exclusivamente em urnas eletrônicas e o voto é obrigatório para cidadãos entre 18 e 70 anos. Além disso, no sistema brasileiro de votação direta, o candidato mais votado vence nas eleições para o Executivo.

Nos EUA, a eleição é descentralizada, e a escolha do presidente é feita pelo Colégio Eleitoral. A prática de voto por correio é também muito mais comum do que no Brasil. Essas diferenças não só refletem a estrutura política e a organização das eleições de cada país, mas também as preferências culturais e as percepções de segurança que cada sociedade associa ao processo eleitoral.

As eleições americanas são um exemplo claro de como a tradição, a descentralização e a busca por transparência marcam o sistema de votação. Essas particularidades reforçam a importância da auditabilidade e do contato direto com o voto, fatores que moldam a democracia americana e diferenciam sua abordagem eleitoral de outras nações.

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