A economia dos Estados Unidos criou 142.000 novos empregos em agosto, abaixo das expectativas de 160.000 vagas projetadas por economistas, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Departamento do Trabalho. Apesar do resultado mais fraco, a taxa de desemprego caiu para 4,2%, sugerindo que o mercado de trabalho continua a se ajustar de forma controlada.
Em julho, o número de vagas criadas foi revisado para baixo, totalizando 89.000, abaixo da estimativa inicial de 114.000. Embora o número de agosto tenha decepcionado, historicamente, os dados do mês costumam ser revisados para cima nos meses subsequentes, como aconteceu em 10 dos últimos 13 anos.
Desaceleração do mercado de trabalho
O resultado mais fraco de agosto não é visto como um sinal de deterioração das condições do mercado de trabalho. Analistas afirmam que a variação sazonal, especialmente no setor educacional, pode ter influenciado as contratações em agosto, o que será melhor avaliado nas revisões futuras.
A queda na taxa de desemprego, após quatro meses consecutivos de aumento, também sugere que o mercado ainda apresenta sinais de força, embora com um ritmo mais lento de expansão. A taxa de 4,2% de agosto é uma ligeira melhora em relação aos 4,3% registrados em julho, o que coloca o índice novamente em um nível próximo ao de três anos atrás.
Impacto no Federal Reserve
A desaceleração da criação de vagas, aliada à redução na taxa de desemprego, provavelmente não justificará um grande corte nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed) neste mês. O mercado continua atento à política monetária do banco central, que decidirá em sua próxima reunião, em setembro, se um novo ajuste nos juros será necessário para controlar a inflação sem prejudicar o mercado de trabalho.
Crescimento dos salários
Outro ponto de destaque foi o crescimento dos salários. A média de renda por hora subiu 0,4% em agosto, recuperando-se da queda de 0,1% registrada em julho. No acumulado dos últimos 12 meses, os salários aumentaram 3,8%, contra um crescimento de 3,6% no mês anterior. O aumento dos salários tem sido um fator importante para manter a economia aquecida, à medida que impulsiona os gastos dos consumidores, um dos principais motores do crescimento econômico dos EUA.
Perspectivas futuras
Com a revisão dos dados e a possibilidade de ajustes sazonais, espera-se que o mercado de trabalho dos EUA continue a apresentar certa resiliência. No entanto, o ritmo de contratações deve permanecer um fator de atenção, especialmente à medida que o Fed avalia seu impacto nas políticas de juros.