Crianças americanas são enviadas para Honduras junto com mães deportadas

Duas crianças cidadãs americanas, de 4 e 7 anos, foram enviadas para Honduras junto com a mãe, deportada na semana passada, segundo relatos de advogados das famílias envolvidas. Em outro caso semelhante, uma menina de 2 anos, também cidadã americana, foi deportada com a mãe. Advogados afirmam que, em ambos os casos, as mães não foram informadas sobre a possibilidade de deixar seus filhos nos Estados Unidos.

As famílias viviam na Louisiana e participavam do Intensive Supervision Appearance Program, um programa de supervisão migratória que permite que pessoas em processo de imigração permaneçam no país. Segundo os advogados, as famílias foram detidas durante check-ins de rotina e, em seguida, levadas para locais distantes, sem acesso imediato a advogados ou familiares.

As ações ocorreram em meio à intensificação das operações de imigração do governo Donald Trump. Na mesma semana, quase 800 imigrantes foram presos em uma grande operação realizada na Flórida pelo ICE e policiais estaduais. Defensores dos direitos dos imigrantes, como a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU), expressaram preocupações sobre a falta de devido processo legal nas recentes ações do governo.

Autoridades americanas defenderam a conduta adotada. O czar da fronteira, Tom Homan, afirmou que as mães tiveram a opção de serem deportadas com ou sem seus filhos, e que a decisão foi delas. O secretário de Estado, Marco Rubio, reforçou que, por serem cidadãs americanas, as crianças podem retornar ao país caso alguém assuma a guarda.

No entanto, a atuação do governo foi questionada no Judiciário. Um juiz federal da Louisiana, Terry A. Doughty, demonstrou preocupação com a deportação da menina de 2 anos, indicando suspeita de que uma cidadã americana tenha sido enviada para fora do país sem o devido processo. Ele marcou uma audiência para 16 de maio para avaliar o caso.

Segundo os advogados, as famílias enfrentam situações delicadas: a mãe da criança de 2 anos está grávida, e o menino de 4 anos sofre de uma forma rara e avançada de câncer, sem acesso aos cuidados médicos durante a detenção. Representantes legais afirmaram que só conseguiram contato com as mães após elas já estarem em Honduras, e que estão avaliando medidas judiciais para contestar as deportações.

O Departamento de Segurança Interna não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário sobre os casos.

Relacionadas

Últimas notícias