O dólar iniciou esta segunda-feira (16) em forte alta, chegando a R$ 6,09 no início do pregão. A moeda norte-americana vinha de uma sequência de valorizações, que pressionaram o Banco Central (BC) a realizar intervenções no mercado cambial. No entanto, as medidas tomadas amenizaram o avanço, e a cotação retornou à casa dos R$ 6,04 por volta do fim da manhã.
Na sexta-feira (13), o BC já havia anunciado um leilão de linha com compromisso de recompra, no valor de até US$ 3 bilhões, visando aliviar a pressão sobre o câmbio. Nesta segunda, entretanto, foi necessário um leilão de divisas no mercado à vista, onde foram vendidos US$ 1,63 bilhão, sem compromisso de retorno dos recursos às reservas internacionais.
Às 11h15, o dólar operava em alta de 0,59%, cotado a R$ 6,0701, após ter atingido a máxima de R$ 6,0980. Na sexta, a moeda subiu 0,43%, acumulando alta de 0,57% no mês e de 24,36% no ano.
Oscilações no Ibovespa
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, também registrava instabilidade. Às 11h15, operava em queda de 0,18%, aos 124.389 pontos, após ter recuado 1,13% na sexta-feira, encerrando a semana com baixa acumulada de 1,06%. No ano, o índice já registra perda de 7,13%.
Expectativas do mercado
A semana promete ser movimentada para o mercado financeiro, com uma série de divulgações econômicas importantes. Entre os destaques, está o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, que trouxe uma nova elevação nas projeções de inflação e juros para os próximos anos. Analistas agora estimam uma inflação de 4,89% para 2024, acima do teto da meta de 4,5%. Para 2025, a expectativa de inflação subiu para 4,60%, enquanto a taxa básica de juros deve atingir 14% ao ano.
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que será divulgada na terça-feira, e a reunião do Federal Reserve (Fed) na quarta-feira, são aguardadas com grande atenção. O mercado espera que o Fed anuncie um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, mas com sinalizações de um ritmo mais cauteloso em 2025.
Cenário internacional
No exterior, os mercados acompanham indicadores econômicos nos Estados Unidos e na Europa. O crescimento econômico americano continua robusto, mas a inflação persistente mantém os analistas atentos às decisões do Fed. Já na Europa, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, reforçou a possibilidade de mais cortes nas taxas de juros, à medida que a inflação se aproxima da meta de 2% e o crescimento econômico anêmico se torna uma preocupação maior.
Considerações finais
As intervenções do Banco Central no mercado cambial refletem o esforço para conter a volatilidade diante das incertezas econômicas internas e externas. O mercado segue atento ao desdobramento de medidas fiscais no Brasil e à postura das principais autoridades monetárias globais, com potencial para influenciar os rumos dos ativos financeiros nos próximos dias.