Dólar tem leve queda com dados de inflação dos EUA e expectativa sobre decisão do Copom

O dólar operava em leve queda frente ao real nesta quarta-feira (11), enquanto o mercado absorvia os dados de inflação dos Estados Unidos e aguardava com atenção o anúncio da decisão sobre a taxa de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que ocorrerá após o fechamento dos mercados.

Às 12h26, a cotação do dólar à vista estava em R$ 6,034 para compra e venda, com uma queda de 0,07%. Já o contrato futuro de dólar na B3, com vencimento mais próximo, registrava uma baixa de 0,20%, a R$ 6,045. Na terça-feira, a moeda americana havia encerrado o dia em R$ 6,0478, com uma queda de 0,57%.

Inflação nos EUA: preço ao consumidor sobe 0,3% em novembro

O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgou nesta quarta-feira que o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) teve uma alta de 0,3% em novembro, a maior variação desde abril. Em comparação com o mesmo mês do ano anterior, o índice registrou uma alta de 2,7%, ligeiramente acima dos 2,6% de outubro. Economistas consultados pela Reuters previam um aumento de 0,3% no mês e de 2,7% na base anual.

Esse dado alimenta as expectativas de que o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, deve continuar sua trajetória de corte nas taxas de juros, embora os investidores ainda especulem sobre a possibilidade de uma pausa na política de afrouxamento monetário, caso os dados de inflação surpreendam negativamente.

Expectativa pelo Copom e pela política monetária brasileira

No Brasil, o foco dos mercados está voltado para a reunião do Copom, que se reúne nesta quarta-feira para decidir sobre a Selic, a taxa básica de juros. A decisão será anunciada após o fechamento dos mercados, mas já há uma ampla expectativa de que o Banco Central aumente a taxa em 0,75% ou 1 ponto percentual. A Selic, atualmente em 11,25% ao ano, está sendo pressionada por sinais de aceleração da inflação e por uma economia que segue aquecida, com números do IBGE mostrando que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) superou o teto da meta de inflação de 3,0% por dois meses consecutivos.

A aceleração do aperto monetário pelo Copom já estava precificada pelo mercado, com 69% de chance de uma alta de 1 ponto percentual, refletindo o aumento das preocupações com a desancoragem das expectativas de inflação e o risco de uma atividade econômica superaquecida.

Mercados atentos a fatores globais e nacionais

Além dos dados de inflação dos EUA e da reunião do Copom, os mercados também seguem atentos ao cenário político e econômico global. A possibilidade de medidas econômicas do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, incluindo novas tarifas comerciais, também é vista como um fator que pode influenciar a inflação e as decisões de política monetária em 2024.

No Brasil, a tramitação de medidas fiscais no Congresso também está no radar dos investidores. O governo busca a aprovação de um pacote fiscal até o fim deste ano, com o presidente da Câmara, Arthur Lira, trabalhando para alcançar um consenso entre Executivo e Legislativo.

O cenário global e doméstico segue volátil, e as decisões sobre a política monetária nos EUA e no Brasil continuam a influenciar diretamente as movimentações do câmbio.

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