Washington, 6 de novembro de 2024 – Donald Trump, de 78 anos, será o próximo presidente dos Estados Unidos, de acordo com uma projeção da Associated Press (AP) divulgada na manhã desta quarta-feira. Trump obteve votos suficientes no Colégio Eleitoral para vencer a eleição, após triunfar em estados decisivos como Wisconsin, Pensilvânia, Carolina do Norte e Geórgia. Com isso, o republicano ultrapassou os 270 delegados necessários, consolidando uma margem inalcançável para sua adversária, a democrata Kamala Harris, mesmo com a contagem de votos ainda em andamento em alguns estados.
Essa projeção, embora não oficial, tem grande peso no sistema eleitoral dos EUA, pois a AP é tradicionalmente reconhecida por sua precisão em calcular resultados eleitorais antecipadamente. Nos Estados Unidos, a responsabilidade pela contagem dos votos é dos estados, o que pode prolongar o processo de apuração em todo o país. A projeção oferece uma resposta antecipada para o público e é historicamente aceita pela sociedade americana em eleições presidenciais.
A vitória e suas repercussões
A vitória de Trump, que será o 47º presidente do país, representa seu retorno ao poder após quatro anos, desde que perdeu para o democrata Joe Biden em 2020. Essa é apenas a segunda vez na história que um ex-presidente retorna ao cargo, feito realizado anteriormente por Grover Cleveland no século XIX. Trump assume oficialmente a presidência em 20 de janeiro de 2025, com o apoio de uma maioria republicana tanto na Câmara quanto no Senado, fortalecendo seu partido para a próxima gestão.
A repercussão foi imediata, com líderes de várias nações parabenizando o republicano pela vitória. Durante a madrugada, antes mesmo de Harris admitir a derrota, Trump discursou em seu comitê na Flórida, reafirmando promessas e comprometendo-se a unir o país. Ele declarou que seu lema será “promessas feitas serão cumpridas”, mencionando ações planejadas para a imigração e segurança.
A trajetória e o impacto de Trump
Trump entrou na política já como presidente em 2016, após derrotar Hillary Clinton. Desde então, ele se consolidou como uma figura que impulsiona o Partido Republicano em uma direção conservadora e populista, prometendo políticas rigorosas para a imigração, a economia e a segurança nacional. Em sua primeira gestão, priorizou a construção de um muro na fronteira com o México, retirou os EUA de acordos como o Acordo de Paris e o pacto nuclear com o Irã e questionou a participação dos EUA na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Para os setores conservadores, Trump proporcionou conquistas significativas, como a nomeação de três juízes da Suprema Corte, a implementação de cortes fiscais para empresas e a redução de regulamentações governamentais. Entretanto, sua gestão também foi marcada por controvérsias, incluindo dois processos de impeachment e críticas por sua abordagem durante a pandemia de COVID-19.
Família, fortuna e influência midiática
Trump, nascido em Nova York e com uma fortuna estimada em US$ 6,5 bilhões, é dono de um conglomerado de empresas que abrange desde cassinos até redes de hotéis. Sua carreira como empresário e personalidade de TV, especialmente com o reality show “O Aprendiz”, alavancou sua popularidade nacional antes de sua entrada na política. Com três casamentos e cinco filhos, ele construiu um império de propriedades e consolidou seu nome como uma marca global.
O próximo capítulo na Casa Branca
Em seu retorno à Casa Branca, Trump terá dois primeiros anos com um Congresso de maioria republicana, o que pode facilitar a implementação de sua agenda. Entre as prioridades de sua campanha estão a imigração e a segurança nacional, áreas que prometeu abordar com rigor, além de medidas econômicas focadas na classe trabalhadora americana.
Com sua segunda vitória, Trump escreve um novo capítulo em sua polêmica trajetória política, marcando a história ao retornar ao cargo mais alto dos EUA e prometendo seguir adiante com uma agenda que pretende mudar o país.