Washington, 30 de maio de 2025 — O empresário Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, deixou oficialmente nesta sexta-feira (30) seu cargo de liderança na Agência de Eficiência Governamental dos Estados Unidos (DOGE, na sigla em inglês). A saída marca o fim de um contrato voluntário de 130 dias com a administração do presidente Donald Trump.
Musk e Trump participaram de uma entrevista coletiva no Salão Oval da Casa Branca, onde anunciaram a saída do empresário. O bilionário afirmou que, apesar de sua saída, a DOGE continuará operando com sua missão de reduzir custos e aumentar a eficiência da máquina pública americana.
“Estou confiante de que a missão do DOGE só se fortalecerá com o tempo, à medida que se tornar um modo de vida em todo o governo”, declarou Musk.
Motivos para a saída
O desligamento de Musk já estava previsto desde o início, uma vez que sua participação no governo era limitada a um período temporário. Segundo a Casa Branca, o empresário iniciou o processo de desligamento na quarta-feira (28), focando em trabalhos burocráticos relacionados à transição.
Fontes ouvidas pela CNN Internacional e pela Reuters afirmam que a saída ocorreu de forma rápida, sem uma reunião formal com o presidente. Ainda de acordo com essas fontes, a decisão foi tomada em nível sênior dentro da equipe da Casa Branca.
Além do fim do contrato, divergências recentes sobre questões fiscais podem ter contribuído para o afastamento. Na terça-feira (27), Musk fez críticas públicas a um projeto de lei tributária defendido pelos republicanos, classificando-o como um “enorme projeto de gastos” que, segundo ele, aumentaria o déficit e prejudicaria os esforços da DOGE.
“Fiquei decepcionado ao ver o enorme projeto de lei de gastos, que aumenta o déficit, não o reduz, e prejudica o trabalho que a equipe do DOGE está fazendo”, disse Musk em entrevista à CBS News.
Relatos apontam que essas declarações geraram desconforto entre assessores seniores da Casa Branca.
Impactos e continuidade da agência
Durante o período de atuação de Musk, a DOGE implementou cortes significativos na estrutura do governo federal, com uma redução de aproximadamente 12% no número de funcionários civis — cerca de 260 mil postos de trabalho — segundo uma análise da Reuters. As reduções ocorreram principalmente por meio de aposentadorias antecipadas, aquisições e programas de demissão voluntária.
Apesar dos desafios enfrentados pela agência, a Casa Branca garantiu que os trabalhos de reestruturação continuarão após a saída do empresário.
Pressões externas
Musk também vinha enfrentando pressão de investidores da Tesla e da SpaceX, que manifestaram preocupação com seu envolvimento na política. Alguns acionistas sugeriram que ele deveria se concentrar integralmente nas empresas, especialmente após quedas nas vendas e no valor das ações da Tesla.
O empresário, que no ano passado destinou cerca de US$ 300 milhões para apoiar campanhas de Trump e de outros republicanos, afirmou recentemente que pretende reduzir significativamente seus gastos com política. “Acho que já fiz o suficiente”, disse Musk durante um fórum econômico realizado no Catar.