Washington, 28 de outubro de 2023 – O bilionário e empresário sul-africano Elon Musk enfrentou novas alegações de trabalho irregular nos Estados Unidos durante a década de 1990. Em uma reportagem publicada no último sábado (26) pelo jornal Washington Post, Musk foi acusado de ter exercido atividades profissionais sem a devida autorização de trabalho durante o período em que chegou ao país com um visto de estudante. Musk, no entanto, negou as acusações.
Segundo o Washington Post, Musk entrou nos Estados Unidos com um visto de estudante J-1, que permite a participação em programas acadêmicos e de treinamento, mas exige a matrícula em uma instituição de ensino. Em 1995, ele se mudou para Palo Alto, na Califórnia, com o intuito de cursar uma pós-graduação na Universidade Stanford. Contudo, ao chegar, o bilionário abandonou o programa e se dedicou à criação da startup de software Zip2, que foi vendida anos depois, em 1999, por aproximadamente US$ 300 milhões.
A reportagem cita especialistas em imigração que afirmam que, para trabalhar legalmente nos Estados Unidos com um visto de estudante, Musk deveria estar regularmente matriculado em um curso integral. No entanto, dois antigos colegas de trabalho, também citados pelo jornal, lembram que Musk teria obtido uma autorização de trabalho regular apenas em 1997.
No domingo (27), Musk respondeu à acusação por meio de sua plataforma de mídia social X (anteriormente Twitter), afirmando que possuía as autorizações de trabalho necessárias na época. “Eu estava com um visto J-1 que fez a transição para um H1-B”, declarou ele, explicando que o visto H1-B permite emprego temporário nos EUA, enquanto o visto J-1 é voltado para estudantes e pesquisadores em treinamento.
A questão levantada pelo Washington Post reacendeu o debate sobre imigração, um tema que ganha contornos políticos em um ano eleitoral nos EUA. O ex-presidente Donald Trump, que disputa novamente a presidência em 2024 e tem apoio de Musk, é conhecido por suas políticas rígidas contra a imigração. Trump promete implementar o que chama de “maior esforço de deportação da história” caso vença o pleito contra a atual vice-presidente, Kamala Harris, candidata pelo Partido Democrata.
Musk ainda não forneceu documentos ou provas para respaldar sua defesa contra as acusações, mas seu passado no Vale do Silício segue alvo de investigação.