Elon Musk ironiza acusações de saudação nazista em comício pró-Trump

Washington, D.C. – Elon Musk, bilionário e dono da plataforma X, reagiu com ironia nesta terça-feira (21) às acusações de que teria feito uma saudação nazista durante um comício em apoio ao presidente Donald Trump. O gesto, realizado na Capital One Arena, em Washington, poucas horas após a posse de Trump, gerou uma onda de críticas nas redes sociais e na imprensa internacional.

“Francamente, ataques do tipo ‘todo mundo é Hitler’ estão tão desgastados”, escreveu Musk em sua conta no X, minimizando a polêmica.

O gesto que gerou controvérsia

Durante o discurso, Musk agradeceu aos apoiadores de Trump, bateu no peito com a mão direita e, em seguida, estendeu o braço com a palma aberta. Ele repetiu o gesto em direção à multidão, o que foi descrito por alguns como uma saudação nazista.

Historiadores como Claire Aubin e Ruth Ben-Ghiat classificaram o movimento como um “sieg heil”, saudação associada ao regime nazista de Adolf Hitler. “Foi de fato uma saudação nazista, e muito agressiva”, afirmou Ben-Ghiat no X.

Jornais como o Haaretz (Israel) e The Guardian (Reino Unido) também destacaram o gesto, descrevendo-o como “fascista” ou “no estilo fascista”. Por outro lado, alguns apoiadores de Musk e Trump argumentaram que o movimento foi mal interpretado.

Divisão de opiniões

A controvérsia repercutiu de forma polarizada. Amy Spitalnick, da organização judaica JCPA, declarou: “Elon Musk sabia exatamente o que estava fazendo com aquela saudação no comício de Trump. Ele demonstra seu endosso, de maneira explícita, a políticas e a partidos de extrema direita.”

Já Brandon Galambos, pastor presente no evento, minimizou o episódio. “Ele é muito engraçado e usa muito sarcasmo. Foi apenas um gesto bem-humorado.”

A Associação Antidifamação (ADL), que já entrou em conflito com Musk no passado, também emitiu uma nota mais cautelosa. “Parece que Elon Musk fez um gesto estranho em um momento de entusiasmo, não uma saudação nazista”, afirmou a entidade.

A posição da ADL, no entanto, foi criticada pela congressista Alexandria Ocasio-Cortez, que considerou o gesto inegavelmente nazista e acusou a organização de suavizar o episódio.

Historiadores analisam o gesto

Aaron Astor, historiador especializado em movimentos de extrema-direita, afirmou que o gesto de Musk não deveria ser associado ao nazismo. “É um sinal socialmente desajeitado de um homem autista, que está dizendo à multidão ‘meu coração está com vocês’.”

Musk já havia revelado, em 2021, que tem síndrome de Asperger, uma condição do espectro autista que pode dificultar a comunicação e interação social.

Apoio a figuras de direita

A controvérsia é apenas mais um capítulo na recente guinada política de Musk. Nas últimas semanas, ele manifestou apoio ao partido de extrema-direita alemão AfD, à primeira-ministra italiana Giorgia Meloni e ao partido britânico anti-imigração Reform UK.

Enquanto o gesto no comício divide opiniões, a polêmica reforça o posicionamento polarizador de Musk e sua proximidade com figuras e ideais de direita, levantando novos questionamentos sobre o impacto de suas ações e declarações na esfera pública global.

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