Durante a cerimônia de despedida do papa Francisco, realizada neste sábado (26) na Basílica de São Pedro, em Roma, uma reunião entre os presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos, e Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, chamou atenção pelo peso simbólico e político. O encontro ocorreu em clima amistoso e reservado, pouco antes do funeral do pontífice, e foi descrito como produtivo pelas autoridades de ambos os países.
Sentados frente a frente em cadeiras vermelhas na basílica, Trump e Zelensky discutiram termos para um possível acordo de paz na guerra da Ucrânia. A reunião ocorre dois meses após uma visita atribulada de Zelensky a Washington, em que o presidente ucraniano foi criticado por Trump e enfrentou um ambiente hostil.
Segundo informações divulgadas, a proposta americana apresentada sugere a manutenção do controle russo sobre cerca de 20% do território ucraniano, incluindo o reconhecimento da Crimeia como parte da Rússia, em troca da interrupção das anexações. Apesar da resistência de Zelensky a essa proposta, ele demonstrou otimismo após o encontro, afirmando que ambos discutiram um cessar-fogo total e incondicional e destacando o caráter simbólico da reunião.
O funeral de Francisco reuniu dezenas de líderes mundiais em Roma, muitos dos quais representavam visões divergentes em relação às posições defendidas pelo papa, particularmente em temas como a imigração. Durante a homilia, o cardeal Giovanni Battista Re relembrou os constantes apelos do pontífice em favor da construção de “pontes” em vez de “muros”, em uma mensagem que alguns interpretaram como indireta a Trump.
O encontro entre os líderes ocorre num momento sensível das negociações para a paz na Ucrânia e reforça o legado de Francisco em seu apelo contínuo por soluções diplomáticas e pela promoção da paz mundial.