Enviado dos EUA Viaja a Israel para Negociar Cessar-Fogo com Hezbollah

O enviado especial dos Estados Unidos, Amos Hochstein, anunciou nesta quarta-feira (20) que viajará para Israel para tentar finalizar um acordo de cessar-fogo entre o país e o grupo libanês Hezbollah, com o objetivo de encerrar o conflito que vem devastando o Líbano desde setembro. O acordo de cessar-fogo já foi aceito pelo governo libanês e pelo Hezbollah, mas ambos os lados fizeram ressalvas em relação aos termos, o que ainda deixa o acordo em aberto.

Em sua chegada a Beirute no dia anterior, Hochstein se reuniu com autoridades libanesas e com o presidente do Parlamento, Nabih Berri, que foi indicado pelo Hezbollah para conduzir as negociações. Após a reunião, o enviado dos EUA expressou otimismo, afirmando que havia identificado uma “oportunidade real” de encerrar a guerra, que já causou sérios danos no país.

“A reunião de hoje foi construída sobre o encontro de ontem e fez um progresso adicional”, disse Hochstein, referindo-se às conversas que ocorreram em Beirute. Ele acrescentou que, após essa etapa, partiria para Israel com o intuito de consolidar o cessar-fogo, caso fosse possível.

O conflito, que teve início com uma ofensiva israelense contra o Hezbollah em setembro, causou uma destruição em massa no Líbano. Israel iniciou ataques aéreos e enviou tropas para o país vizinho em resposta aos foguetes lançados pelo Hezbollah em apoio ao Hamas, grupo palestino que está em guerra com Israel desde outubro de 2023. Os bombardeios israelenses forçaram mais de um milhão de libaneses a deixarem suas casas, enquanto o Hezbollah continuou atacando áreas em Israel, incluindo Tel Aviv.

O Papel do Governo dos EUA e a Estratégia para o Líbano

Hochstein destacou que a diplomacia para resolver a guerra no Líbano se tornou ainda mais urgente, pois o governo dos EUA busca um cessar-fogo antes da posse de Donald Trump, em janeiro de 2025. “Vamos trabalhar com a nova administração e discutir isso com eles. Os sucessores estarão totalmente cientes de tudo o que estamos fazendo”, afirmou Hochstein, ressaltando que as negociações com o Hezbollah e o governo libanês visam estabilizar a região antes da transição presidencial nos EUA.

Ao mesmo tempo, o conflito continua em outras frentes. O Hezbollah, que sofreu grandes perdas, incluindo a morte de seu líder Hassan Nasrallah, segue lutando contra as forças israelenses no sul do Líbano. Embora o conflito em Gaza tenha dominado os noticiários internacionais, o governo dos EUA está ativamente envolvido em tentar alcançar um acordo no Líbano, que, assim como o Hamas, é um aliado do Irã.

A Tensão Regional e o Impacto Humanitário

O ataque israelense ao Hezbollah intensificou os bombardeios no Líbano, resultando em dezenas de mortos e criando uma crise humanitária no país. Ao mesmo tempo, o conflito em Gaza, que já causou a morte de mais de 43 mil palestinos, e os ataques entre Israel e Irã, elevaram ainda mais as tensões na região. A guerra em Gaza continua sem um fim à vista, e as negociações por tréguas estão estagnadas tanto no Líbano quanto na Faixa de Gaza.

O impacto humanitário da guerra no Líbano e em Gaza continua a ser devastador, com milhares de mortos e milhões de deslocados. Enquanto isso, o mundo observa com preocupação os desdobramentos dessa complexa crise no Oriente Médio, que envolve múltiplos atores e interesses, com o futuro da região ainda incerto.

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