Em meio à acirrada disputa pela presidência dos Estados Unidos, interlocutores norte-americanos ressaltam que as relações bilaterais com o Brasil devem se manter estáveis, independentemente de quem seja o vencedor. A escolha entre o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris, atual vice-presidente, não é vista como um fator de impacto significativo para a cooperação entre as duas nações, segundo fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast. A eleição ocorre nesta terça-feira, 5 de novembro, e marca mais um capítulo importante na trajetória da maior potência econômica mundial.
Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, posição que reforça o interesse de ambas as partes em manter um relacionamento sólido. Essa perspectiva é compartilhada também pelo Itamaraty, que em análise recente confirmou o entendimento de que as relações diplomáticas e comerciais entre os dois países não dependem da escolha partidária no governo norte-americano.
Entre as áreas de colaboração que devem ser mantidas está o Fórum de Energia EUA-Brasil (USBEF), criado durante a gestão Trump (2017-2021) e firmado pelo ex-ministro brasileiro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, durante o governo de Jair Bolsonaro. O USBEF é uma plataforma de cooperação destinada a promover interesses comuns no setor energético e a identificar barreiras que dificultem o comércio bilateral e os investimentos na área de energia. Mesmo com a troca de governos, o fórum permanece ativo e continua contribuindo para o fortalecimento da relação entre os dois países.
A manutenção de programas como o USBEF exemplifica a continuidade da parceria Brasil-EUA, que, para fontes consultadas, está mais vinculada aos interesses estratégicos de longo prazo do que a mudanças na liderança política dos Estados Unidos.