Estados Unidos realizam execução de prisioneiro por gás nitrogênio no Alabama

Na noite de quinta-feira (26), o estado do Alabama realizou a execução de um prisioneiro condenado à morte utilizando o método de asfixia por gás nitrogênio. O procedimento, criticado como uma forma de tortura pela ONU, foi aplicado pela segunda vez desde sua implementação em janeiro deste ano.

Alan Eugene Miller, de 59 anos, foi executado após ser condenado em 2000 pelo assassinato de três colegas de trabalho na cidade de Pelham, Alabama. Ele acreditava que as vítimas estavam espalhando boatos sobre ele, o que o levou a disparar múltiplos tiros contra elas. Durante o procedimento, Miller foi colocado em uma maca, com uma máscara forçando a inalação de nitrogênio puro.

A defesa de Miller alegou que ele sofria de transtorno delirante, conforme mostram documentos judiciais. No entanto, um psiquiatra contratado concluiu que sua condição mental não era grave o suficiente para fundamentar uma defesa de insanidade.

A execução foi acompanhada por um repórter da Associated Press, que relatou que Miller teve espasmos por cerca de dois minutos e continuou respirando por mais seis minutos antes de sua morte ser confirmada às 18h38. Em suas últimas palavras, Miller afirmou: “Eu não fiz nada para estar aqui”, de acordo com a AP.

A governadora do Alabama, Kay Ivey, emitiu um comunicado após a execução, afirmando que “a justiça foi finalmente feita para as três vítimas. Seus atos não foram motivados por insanidade, mas por pura maldade”.

Autoridades estaduais afirmaram que a execução ocorreu como esperado. John Hamm, comissário do Departamento de Correções, explicou que os movimentos corporais observados foram resultado da falta de oxigênio no corpo, algo que, segundo ele, já era previsto.

Nas horas que antecederam sua execução, Miller recebeu nove visitas e escolheu sua última refeição, composta de hambúrguer, batata assada e batata frita, conforme informado pelas autoridades. O Alabama, junto com Oklahoma e Mississippi, é um dos três estados norte-americanos que autorizam execuções pelo método de inalação de nitrogênio.

Essa não foi a primeira tentativa de execução de Miller. Em setembro de 2022, as autoridades tentaram realizar a execução por injeção letal, mas o procedimento foi cancelado após as enfermeiras não conseguirem localizar uma veia viável.

Miller é o segundo preso a ser executado por esse método. A primeira execução com gás nitrogênio ocorreu em janeiro deste ano, quando Kenneth Eugene Smith foi executado pelo assassinato de uma mulher em um esquema de assassinato por encomenda.

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