Estados Unidos Sinalizam Reaproximação com Cuba

A Casa Branca anunciou que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, decidiu retirar Cuba da lista de países que patrocinam o terrorismo. A decisão foi divulgada nesta quinta-feira (16), a poucos dias do fim do mandato de Biden, que será sucedido pelo presidente eleito Donald Trump. Segundo o presidente, a medida foi baseada na ausência de apoio de Cuba ao terrorismo internacional nos últimos seis meses e em garantias dadas pelo governo cubano de que não apoiará atos terroristas no futuro.

Com essa decisão, restam apenas três países na lista de patrocinadores do terrorismo: Coreia do Norte, Irã e Síria. Cuba estava incluída na lista desde 1982, sob a alegação de abrigar membros de grupos considerados terroristas pelos EUA, como o ETA, da Espanha, e as Farc, da Colômbia. Em 2015, o país foi retirado da lista durante o governo de Barack Obama, mas voltou a ser incluído no final do primeiro mandato de Donald Trump. Na época, Trump justificou a decisão argumentando que Cuba havia se recusado a extraditar membros do Exército de Libertação Nacional (ELN), grupo aliado do regime venezuelano de Nicolás Maduro, e continuava a dar asilo a fugitivos americanos.

Repercussões Internacionais

A decisão de Biden foi bem recebida por vários países, incluindo o Brasil. O Ministério das Relações Exteriores brasileiro emitiu um comunicado expressando satisfação com a medida. No ano passado, durante um discurso na ONU, o chanceler brasileiro Mauro Vieira defendeu não apenas a retirada de Cuba da lista de patrocinadores do terrorismo, mas também o fim do embargo econômico imposto à ilha pelos Estados Unidos.

Contexto Histórico

A relação entre os Estados Unidos e Cuba tem sido marcada por décadas de tensão, incluindo o embargo econômico imposto em 1960 e a inclusão de Cuba na lista de países que patrocinam o terrorismo em 1982. A aproximação iniciada durante o governo Obama, que incluiu a reabertura de embaixadas e a retirada de Cuba dessa lista, foi interrompida pela administração Trump, que voltou a adotar uma postura mais dura em relação à ilha.

Agora, a decisão de Biden de retirar Cuba da lista pode sinalizar um novo período de diálogo e cooperação entre os dois países, embora a continuidade dessas políticas esteja em questão devido à chegada de Donald Trump à presidência.

Implicações Futuras

Especialistas apontam que a decisão de Biden pode abrir caminho para avanços nas relações diplomáticas entre os dois países, mas reconhecem que desafios permanecem, especialmente em relação ao embargo econômico e às tensões políticas internas nos EUA em relação à política com Cuba. A postura do próximo governo Trump será decisiva para determinar os rumos dessa reaproximação.

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