EUA ameaçam deixar mediação e aumentam pressão sobre Ucrânia para encerrar guerra

O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou nesta quarta-feira que o país pode se retirar da mediação do conflito entre Rússia e Ucrânia caso as partes envolvidas não avancem em direção a um acordo de paz. A declaração elevou a tensão diplomática e foi interpretada como uma forte pressão sobre Kiev.

A advertência ocorre em um contexto delicado para a Ucrânia, que enfrenta dificuldades no campo de batalha e crescente dependência de apoio internacional. Segundo Giovana Branco, doutoranda em ciência política e especialista em assuntos russos, a posição americana representa um possível ponto de inflexão. “A ameaça de retirada da mediação pelos Estados Unidos é uma pressão significativa sobre Kiev pelo fim da guerra”, avaliou.

Atualmente, os Estados Unidos não apenas atuam como mediadores diplomáticos, mas também têm sido um dos principais fornecedores de armamentos e informações de inteligência para o governo ucraniano, no esforço de conter o avanço das forças russas.

A postura do presidente Donald Trump também tem chamado atenção. Ao completar 100 dias de mandato, Trump tem adotado uma abordagem diferente de seus antecessores, evitando se posicionar claramente ao lado da Ucrânia no conflito. “O tipo de atuação que o Trump vem fazendo nesses 100 dias de governo é bastante diferente dos outros governos norte-americanos e tem servido para pressionar ambos os lados a chegar ao fim do conflito”, afirmou Giovana.

Analistas observam que uma eventual retirada dos Estados Unidos do processo de mediação poderia enfraquecer ainda mais a posição da Ucrânia, tanto militar quanto politicamente. Em um cenário extremo, essa decisão poderia acelerar uma derrota estratégica de Kiev, segundo fontes diplomáticas.

Ainda não há uma resposta oficial do governo ucraniano à declaração de Rubio. Enquanto isso, a comunidade internacional observa com atenção os desdobramentos, em meio a sinais crescentes de esgotamento no apoio ocidental e à dificuldade de avanços concretos no campo diplomático.

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