O governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente Joe Biden, anunciou nesta segunda-feira (2) um pacote de assistência militar de US$ 725 milhões à Ucrânia. O objetivo é fortalecer o governo de Kiev na guerra contra a Rússia, enquanto a administração democrata busca consolidar seu apoio ao país antes de deixar o cargo em janeiro.
Detalhes do pacote militar
O secretário de Estado, Antony Blinken, destacou que o pacote inclui mísseis Stinger, munições para os sistemas de foguetes de artilharia de alta mobilidade (HIMARS), drones e minas terrestres, entre outros equipamentos. Essa ajuda representa um esforço significativo para reforçar a capacidade da Ucrânia de resistir às forças russas.
“Ao lado de mais de 50 nações, os Estados Unidos estão comprometidos em garantir que a Ucrânia tenha os meios necessários para se defender contra a agressão russa”, afirmou Blinken em comunicado oficial.
Grande parte do armamento será composto por armas antitanque, conforme relatado pela Reuters na semana passada. O equipamento visa reforçar a capacidade defensiva da Ucrânia e dificultar avanços das tropas russas.
Acelerando a entrega de armas
Esse anúncio também reflete um aumento significativo no uso da Autoridade de Retirada Presidencial (PDA), que permite ao governo dos EUA transferir armas diretamente de seus estoques para aliados em situações de emergência.
Nos últimos meses, os pacotes de PDA variaram entre US$ 125 milhões e US$ 250 milhões. No entanto, o novo envio de US$ 725 milhões marca uma intensificação da estratégia, com cerca de US$ 4 bilhões a US$ 5 bilhões ainda disponíveis para uso antes do fim do mandato de Biden.
O presidente e sua equipe estão determinados a utilizar os recursos restantes para a Ucrânia antes que o presidente eleito Donald Trump tome posse em 20 de janeiro. Durante sua campanha, Trump indicou que poderia reavaliar o apoio militar a Kiev, aumentando a urgência de decisões na administração Biden.
Impacto geopolítico e continuidade do apoio
O novo pacote reforça o compromisso de Washington com a defesa da Ucrânia, mesmo em meio a uma transição política nos EUA. A medida também envia uma mensagem clara à Rússia e à comunidade internacional sobre o apoio contínuo dos aliados ocidentais a Kiev.
No entanto, a incerteza sobre como o governo Trump lidará com a guerra na Ucrânia após sua posse adiciona um elemento de tensão ao cenário. A continuidade da assistência militar dependerá das decisões do novo governo e de sua postura em relação ao conflito.
Com a guerra na Ucrânia entrando em uma fase crítica e as forças russas intensificando seus ataques, a chegada do pacote de ajuda americana pode ser um ponto decisivo no campo de batalha – e também uma tentativa de consolidar o legado de Biden no apoio a Kiev.