Washington, D.C. — Em meio à crescente tensão entre Taiwan e China, o Departamento de Estado dos Estados Unidos aprovou na sexta-feira (25) um pacote de venda de armas para Taiwan, avaliado em US$ 2 bilhões. O acordo inclui sistemas avançados de mísseis terra-ar e radares, fortalecendo a capacidade de defesa de Taiwan e posicionando os EUA como seu principal fornecedor militar. A decisão, no entanto, deve provocar forte reação de Pequim, que se opõe firmemente ao fornecimento de armas para a ilha.
O pacote de armas, que ainda precisa do aval do Congresso, inclui sistemas antiaéreos NASAMS e 123 mísseis, cujo valor é estimado em US$ 1,16 bilhão. Além disso, serão fornecidos sistemas de radar avaliados em US$ 828 milhões, aumentando a capacidade de Taiwan de detectar possíveis incursões aéreas.
Embora os EUA não mantenham relações diplomáticas formais com Taiwan, o apoio militar de Washington a Taipei reforça seu papel como parceiro-chave na defesa da ilha. Esse apoio é um ponto de tensão com a China, que considera Taiwan uma província rebelde e reivindica soberania sobre o território. Pequim já advertiu repetidamente os Estados Unidos para que interrompam a venda de armas a Taiwan, alegando que isso interfere em seus interesses territoriais.
A resposta militar de Pequim à aproximação entre EUA e Taiwan tem se intensificado. Recentemente, Taiwan registrou um número recorde de 153 aeronaves militares chinesas ao redor de seu território em um único dia, enquanto a presença de drones e navios de guerra chineses próximos à ilha se tornou quase cotidiana. Além disso, em setembro, a China impôs sanções a empresas de defesa norte-americanas em retaliação à venda de armas autorizada por Washington.
A China reafirmou sua intenção de usar a força, se necessário, para garantir a “inevitável unificação” com Taiwan. Com o recente acordo de armas, Washington reafirma seu compromisso com a segurança de Taiwan, mas também aumenta o risco de uma nova escalada no conflito já delicado entre China e Taiwan.