Os Estados Unidos procuraram a China para iniciar discussões sobre a redução das tarifas bilaterais, segundo publicação da conta oficial da Yuyuan Tantian, ligada à mídia estatal chinesa. De acordo com o post na rede social Weibo, autoridades americanas teriam feito contatos por diversos canais, na tentativa de abrir espaço para negociações sobre as tarifas de até 145% impostas pelo governo Trump. Apesar disso, o governo chinês negou oficialmente a existência de negociações em curso, enquanto reiterou que está disposto a dialogar com base em princípios de igualdade e benefício mútuo.
Nesta semana, membros do alto escalão do governo dos EUA, como o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o conselheiro econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, demonstraram expectativa de avanços na redução das tensões comerciais. Hassett afirmou à CNBC que houve “discussões vagas” entre os governos e considerou recente redução de tarifas chinesas sobre alguns produtos americanos um possível sinal de abertura. Já Bessent declarou à Fox Business que as tarifas aplicadas por ambos os países precisam ser reduzidas como etapa inicial de um processo mais amplo de negociação, que incluiria temas como barreiras não tarifárias e propriedade intelectual.
Do lado chinês, embora o Ministério das Relações Exteriores tenha negado qualquer consulta oficial, analistas citados pela Yuyuan Tantian sugerem que a China poderá participar de diálogos, mesmo que apenas para avaliar as intenções dos EUA. A mídia chinesa tem apontado que Pequim considera as tarifas americanas uma forma de intimidação econômica. Ainda assim, a China tem implementado medidas paralelas, como isenções específicas em sua lista de tarifas retaliatórias, abrangendo setores como farmacêutico e tecnológico.
Enquanto Washington sustenta que a China sofre mais com a disputa comercial devido à sua maior dependência das exportações para os EUA, Pequim segue cautelosa. Trump, por sua vez, afirmou que negociações estão em andamento e que o presidente Xi Jinping teria entrado em contato diretamente. As declarações contrastam com a posição oficial chinesa, que acusa Washington de tentar enganar o público ao divulgar informações não confirmadas. Até o momento, não há conversas formais conhecidas entre os dois países.