Os Estados Unidos registraram a abertura de 7,4 milhões de vagas de emprego em abril, segundo dados divulgados nesta terça-feira (3) pelo Departamento do Trabalho, por meio do relatório JOLTS (Job Openings and Labor Turnover Survey). O resultado superou as expectativas de analistas, que previam a criação de cerca de 7,1 milhões de vagas.
O levantamento, que é similar ao Caged no Brasil, mede a dinâmica do mercado de trabalho em setores não agrícolas, como indústria, comércio e serviços, e é considerado complementar ao payroll — relatório mais abrangente utilizado pelo Federal Reserve (Fed) para decisões de política monetária.
Apesar de estar abaixo do pico de 12 milhões de vagas registrado em 2022, no auge da recuperação pós-pandemia, o nível atual ainda é considerado elevado. A taxa de vagas de emprego manteve-se estável em 4,4%, sugerindo que as empresas continuam encontrando dificuldades para preencher posições, mesmo em um ambiente de juros altos, que atualmente variam entre 4,25% e 4,5%.
O número de contratações chegou a 5,6 milhões, enquanto os desligamentos somaram 5,3 milhões, sinalizando saldo positivo no mercado de trabalho. Entre os desligamentos, 3,2 milhões foram demissões voluntárias, dado que é interpretado como sinal de confiança dos trabalhadores na possibilidade de encontrar novas oportunidades de emprego.
A leitura dos dados reforça a percepção de que, embora o mercado de trabalho esteja menos aquecido do que em 2022, ele permanece resiliente. Essa condição pode influenciar a estratégia do Fed em relação à política de juros. A combinação de um mercado de trabalho ainda robusto e uma inflação persistente tende a justificar uma postura mais cautelosa do banco central, possivelmente adiando o início de cortes na taxa básica previstos para o segundo semestre.
O relatório JOLTS, ao lado de outros indicadores econômicos, será observado de perto nas próximas semanas por autoridades e investidores, à medida que o Fed avalia o momento adequado para ajustar sua política monetária.