EUA Iniciam Primeira Operação de Prisões e Deportações em Massa sob Gestão de Donald Trump

A Casa Branca divulgou nesta sexta-feira (24) o primeiro relatório sobre as operações de prisão e deportação de imigrantes ilegais realizadas desde a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. Em apenas dois dias, as autoridades prenderam 538 imigrantes em diferentes estados do país, e centenas já foram deportados, marcando o início de uma política migratória mais rigorosa.

Segundo Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca, as ações são “apenas uma pequena amostra” do que está por vir. Os presos foram descritos como “imigrantes ilegais criminosos”, embora detalhes sobre as condenações e os destinos dos deportados não tenham sido revelados. Em um dos casos confirmados, um avião militar norte-americano transportou deportados para a Guatemala. A Polícia Federal brasileira também informou que um voo com 158 deportados, incluindo 88 brasileiros, chegará a Belo Horizonte ainda hoje.

Ampliação de Poderes e Aceleração de Deportações

De acordo com o jornal The New York Times, o governo Trump concedeu maior autonomia aos agentes de imigração, permitindo deportações instantâneas, incluindo o retorno de indivíduos ao México sem audiência judicial. Essa prática, embora questionada por leis internacionais, visa acelerar os processos e reforçar o controle nas fronteiras.

Anteriormente, as deportações expressas estavam restritas a casos específicos, mas o novo decreto elimina essas limitações. Agora, qualquer imigrante que não comprove residência de pelo menos dois anos nos EUA pode ser deportado sem processo judicial. A medida enfrenta resistência de grupos de direitos humanos e já gerou indignação entre imigrantes que aguardavam pedidos de asilo.

Políticas Rígidas e Alterações nas Leis Migratórias

Desde o início do mandato, Trump emitiu uma série de ordens executivas para combater a imigração ilegal. Entre as principais medidas estão:

  • Declaração de emergência nacional na fronteira sul, com o envio de tropas para reforçar a segurança e retomar a construção do muro fronteiriço.
  • Revogação da cidadania automática para filhos de imigrantes ilegais ou com vistos temporários nascidos nos EUA, desafiando a 14ª Emenda da Constituição.
  • Retomada do programa “Fique no México”, obrigando solicitantes de asilo a aguardarem a análise de seus pedidos em território mexicano.
  • Permissão para prisões de imigrantes em locais protegidos, como hospitais, igrejas e escolas, prática anteriormente proibida para garantir acesso a serviços básicos.

Essas ações têm gerado controvérsias e enfrentado desafios legais, principalmente por parte de estados governados por democratas, que acusam o governo de violar direitos constitucionais e tratados internacionais.

Repercussões e Críticas

Em Newark, Nova Jersey, uma das cidades santuário dos EUA, uma operação de imigração resultou na prisão de imigrantes e cidadãos norte-americanos. O prefeito Ras Baraka denunciou a atuação dos agentes, que teriam invadido estabelecimentos sem mandado judicial, e afirmou que até um veterano de guerra foi detido. “Essas ações representam uma violação dos direitos humanos”, declarou Baraka.

A política migratória de Trump, amplamente baseada na promessa de deportar milhões de imigrantes ilegais, está sendo implementada em ritmo acelerado.

Próximos Passos

Com cerca de 11 milhões de imigrantes ilegais vivendo nos Estados Unidos, o governo Trump prometeu intensificar as operações nas próximas semanas. A deportação em massa, descrita pelo presidente como uma prioridade, está sendo tratada como um cumprimento das promessas de campanha. A comunidade internacional, por sua vez, acompanha de perto o desenrolar dessa política, que pode redefinir o cenário migratório global e as relações entre os EUA e países de origem dos deportados.

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