EUA, ONU e União Europeia Condenam Oração de Ministro Israelense na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém

Uma controvérsia internacional emergiu após o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, liderar uma oração na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém, um local sagrado e altamente sensível. A ação, que envolveu centenas de israelenses, foi duramente condenada pelos Estados Unidos, ONU e União Europeia, que classificaram o ato como uma provocação em um momento de alta tensão na região.

A Esplanada das Mesquitas, conhecida pelos muçulmanos como Al-Haram Al-Sharif e pelos judeus como Monte do Templo, é o terceiro local mais sagrado do Islã. Desde a ocupação de Jerusalém Oriental por Israel em 1967, foi estabelecido um status quo que permite a visitação de não muçulmanos ao local em horários específicos, mas proíbe qualquer ato de oração. Contudo, Ben Gvir desafiou essa regra, afirmando que aproximadamente 2.250 judeus participaram da oração, dançaram e hastearam a bandeira israelense na esplanada.

A ação foi imediatamente condenada pelo Ministério das Relações Exteriores palestino, que a classificou como uma “violação do direito internacional” e uma “provocação deliberada”. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, distanciou-se do ato, reiterando que não houve qualquer mudança nas regras que proíbem a oração de judeus no local.

As reações internacionais não tardaram. Os Estados Unidos, tradicional aliado de Israel, criticaram a ação de Ben Gvir, afirmando que ela compromete os esforços para alcançar um cessar-fogo no conflito em Gaza. “Não só é inaceitável, mas prejudica o que consideramos um momento vital”, disse Vedant Patel, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.

A ONU também se manifestou, com Farhan Haqel, porta-voz da organização, descrevendo a oração como uma “provocação inútil” que agrava ainda mais as tensões regionais, já intensificadas pelas ameaças de retaliação do Irã, Hamas e Hezbollah. A União Europeia, através do seu chefe de diplomacia, Josep Borrell, condenou veementemente as ações de Ben Gvir e expressou preocupação sobre possíveis alterações ao status quo nos locais sagrados.

A visita de Ben Gvir à Esplanada das Mesquitas ocorreu durante o dia de luto judaico pela destruição dos antigos templos, em um momento particularmente delicado, onde o conflito em Gaza ameaça escalar para uma guerra mais ampla, envolvendo potências regionais como o Irã.

Esta série de eventos destaca a fragilidade da paz em Jerusalém e os desafios contínuos em manter a estabilidade em uma região marcada por décadas de conflitos religiosos e territoriais.

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