Os Estados Unidos estão organizando sanções contra 60 autoridades venezuelanas, em resposta às eleições presidenciais realizadas em 28 de julho no país bolivariano, que foram amplamente contestadas. Segundo a agência Reuters, os alvos das sanções incluem membros do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), da Suprema Corte e do Serviço Bolivariano de Inteligência da Venezuela.
As sanções, cujos detalhes ainda estão sendo finalizados, devem incluir a proibição de viagens aos Estados Unidos para os sancionados e seus familiares, além de impedir empresas americanas de realizarem negócios com essas autoridades. O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos e o Departamento de Estado estão trabalhando na formulação dessas medidas, que ainda não foram oficialmente publicadas.
Eleições Controversas
A Venezuela realizou suas eleições presidenciais em 28 de julho, nas quais o CNE, controlado pelo governo chavista, declarou a reeleição de Nicolás Maduro, do Partido Socialista Unido da Venezuela. No entanto, a oposição, liderada por Edmundo González, candidato da Plataforma Unitária Democrática, de centro-direita, alega que houve fraude eleitoral e que González foi o verdadeiro vencedor.
A contestação do resultado também foi ecoada por diversos países e organizações internacionais, incluindo a Organização dos Estados Americanos (OEA). A OEA aprovou uma resolução, proposta pelos Estados Unidos, exigindo a divulgação das atas eleitorais. No entanto, a saída da Venezuela da OEA em 2019, após o órgão não reconhecer a legitimidade do governo de Maduro, limitou o impacto das decisões da organização sobre o país.
A implementação dessas sanções por parte dos Estados Unidos representa um novo capítulo nas tensões entre os dois países e reflete a contínua pressão internacional sobre o governo de Nicolás Maduro, cujas práticas eleitorais e de governança têm sido alvo de críticas severas.