A execução por fuzilamento volta a ser utilizada nos Estados Unidos após quase 15 anos. Brad Sigmon, 67 anos, condenado à pena de morte pelo assassinato brutal dos pais de sua ex-namorada, será executado nesta sexta-feira (7) na Carolina do Sul, salvo intervenção da Suprema Corte dos EUA ou um perdão do governador.
Execução Programada
A execução está marcada para as 18h no horário local (20h em Brasília). Sigmon será amarrado a uma cadeira na câmara de execução, onde um alvo será posicionado sobre seu coração. Antes do disparo fatal, ele terá a oportunidade de proferir suas últimas palavras. Em seguida, um capuz será colocado sobre sua cabeça, a cortina de proteção dos espectadores será removida e três atiradores voluntários dispararão simultaneamente.
Essa será a primeira execução por fuzilamento desde 2010 e a quarta desde que a pena de morte foi restabelecida no país, em 1976. O método, raramente utilizado nos EUA, é mais comum em outros países que mantêm a pena capital, como a Indonésia.
A Escolha do Fuzilamento
Sigmon optou por esse método por considerar as outras alternativas ainda mais cruéis. Ele rejeitou a cadeira elétrica, que descreveu como uma forma de “cozinhar vivo”, e temeu a injeção letal, devido à possibilidade de afogamento causado pelo pentobarbital.
Seus advogados tentaram adiar a execução alegando que a Carolina do Sul não fornece informações suficientes sobre a droga usada na injeção letal.
Um Método Polêmico
Historicamente, o pelotão de fuzilamento foi empregado para punir crimes militares e como ferramenta de repressão política. Nos EUA, alguns defensores da pena de morte argumentam que é um método mais humano, pois a morte é praticamente instantânea caso os disparos atinjam o alvo corretamente. Em comparação, injeções letais podem levar mais tempo e provocar sofrimento, enquanto a eletrocussão pode causar queimaduras e desfiguração.
Contudo, há quem discorde. Randy Gardner, cujo irmão foi o último prisioneiro executado dessa forma em Utah, em 2010, afirmou que o método é “horrível e bárbaro”.
Detalhes da Execução
A execução ocorrerá em uma câmara próxima ao corredor da morte da Carolina do Sul, onde Sigmon passou os últimos 23 anos. Testemunhas da execução incluirão jornalistas, familiares das vítimas e advogados.
Os atiradores ficarão a 4,6 metros de distância e utilizarão munição projetada para se estilhaçar no impacto, maximizando a letalidade e reduzindo o tempo de sofrimento. Um médico confirmará a morte do prisioneiro em até cinco minutos, um tempo significativamente menor do que o de algumas execuções por injeção letal.
O Crime
Brad Sigmon foi condenado à morte pelo assassinato brutal dos pais de sua ex-namorada em Greenville, Carolina do Sul. Furioso por ter sido expulso do trailer onde morava, ele invadiu a casa das vítimas e as atacou violentamente com um taco de beisebol. Em seguida, sequestrou sua ex-companheira e tentou assassiná-la enquanto ela fugia, mas errou o disparo.
Em sua confissão, Sigmon admitiu que planejava matá-la e depois tirar a própria vida. “Se eu não pudesse tê-la, ninguém mais teria”, declarou ele em depoimento.
A Última Chance de Sobrevivência
Os advogados de Sigmon ainda tentam um último recurso, pedindo ao governador Henry McMaster que comute sua pena para prisão perpétua, argumentando que ele é um prisioneiro exemplar e que os crimes foram cometidos durante um surto de doença mental grave.
A decisão final estará nas mãos do governador e da Suprema Corte. Caso nenhum recurso seja acatado, a execução será realizada conforme planejado. Desde 1976, nenhum governador da Carolina do Sul concedeu clemência a um condenado prestes a ser executado.
Atualmente, outros dois prisioneiros no estado aguardam execução e terão a mesma opção de escolher entre injeção letal, fuzilamento ou cadeira elétrica.