EUA Retomarão Vendas de Armas à Arábia Saudita Após Um Ano de Suspensão

O anúncio ocorre no momento em que a Arábia Saudita é mais uma vez vista como um ator crítico para os Estados Unidos

Washington, 12 de agosto de 2024 – Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira que retomarão as vendas de armas ofensivas à Arábia Saudita, encerrando uma suspensão que durou um ano, motivada pelas operações sangrentas do reino árabe no Iêmen. O porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel, informou que as vendas serão retomadas “de forma regular, com notificação e consulta apropriadas ao Congresso”.

O anúncio marca uma mudança significativa na política dos EUA em relação à Arábia Saudita, que está sendo vista novamente como um ator crucial para os interesses americanos, especialmente no contexto da prolongada guerra de Israel contra o Hamas em Gaza, que já dura dez meses.

“A Arábia Saudita continua sendo um parceiro estratégico próximo dos Estados Unidos e esperamos reforçar essa parceria”, declarou Patel durante uma coletiva de imprensa em Washington. O governo de Joe Biden, que assumiu o cargo em 2021 com a promessa de uma nova abordagem em relação à Arábia Saudita, havia inicialmente restringido as vendas de armas ao reino a itens de natureza “defensiva”, em resposta às preocupações com os direitos humanos.

A decisão original de suspender as vendas de armas ofensivas foi tomada após relatos de que milhares de civis, incluindo crianças, foram mortos em ataques aéreos realizados por uma coalizão liderada pela Arábia Saudita no Iêmen. Esses ataques faziam parte de uma campanha contra os rebeldes houthis, apoiados pelo Irã, que haviam tomado grande parte do país.

No entanto, o cenário geopolítico mudou desde então. Em 2022, as Nações Unidas, com o apoio dos Estados Unidos, conseguiram negociar uma trégua no Iêmen, que tem se mantido amplamente desde então. “Não houve um único ataque aéreo saudita no Iêmen e o fogo transfronteiriço do Iêmen para a Arábia Saudita praticamente cessou”, afirmou Patel, ressaltando a nova realidade que embasa a retomada das vendas de armas.

A retomada das vendas é vista como um movimento estratégico para reforçar as relações entre os dois países, em um momento de tensões crescentes no Oriente Médio.

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