O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma declaração polêmica no último sábado (30), ao ameaçar os países do bloco Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) com severas medidas econômicas caso avancem em iniciativas para substituir o dólar americano como moeda predominante no comércio internacional.
Em uma postagem em sua rede social, Truth Social, Trump afirmou que os membros do Brics enfrentariam tarifas de importação de 100% e outras sanções caso criassem ou apoiassem uma moeda alternativa ao dólar. O futuro líder norte-americano exigiu um compromisso explícito dessas nações de que não irão desenvolver alternativas que possam minar o papel do dólar na economia global.
“Eles podem procurar outro ‘otário’. Não há chance de o Brics substituir o dólar dos EUA no comércio internacional”, escreveu Trump, em tom firme.
A declaração reflete a postura que Trump pretende adotar em relação à preservação da supremacia do dólar, que há décadas domina o comércio internacional e é amplamente utilizado como moeda de reserva global. Ele reforçou que qualquer tentativa de enfraquecer o papel da moeda americana será enfrentada com “consequências econômicas severas”.
O presidente eleito também destacou que os países que adotarem medidas para minar o dólar devem estar preparados para perder o acesso às vantagens do mercado americano. “Se esses países acham que podem nos desafiar, estão cometendo um erro grave. Vamos proteger nossa economia e nossa moeda a qualquer custo”, concluiu.
A ameaça ocorre em meio a discussões crescentes sobre a diversificação de moedas no comércio internacional, lideradas por países do Brics. O bloco tem buscado maior independência em relação ao dólar, explorando opções como o comércio em moedas locais e até mesmo a criação de uma moeda comum. As declarações de Trump devem acirrar o debate global sobre o futuro do sistema financeiro internacional e o papel central do dólar.
Especialistas apontam que uma medida tão agressiva, caso implementada, pode ter repercussões profundas nas relações comerciais e geopolíticas dos Estados Unidos, especialmente com economias emergentes que desempenham papel fundamental no crescimento global.