George Santos, ex-deputado dos Estados Unidos e filho de brasileiros, foi condenado nesta sexta-feira (25) a 87 meses de prisão. A sentença foi determinada pela juíza federal Joanna Seybert, após Santos ter se declarado culpado de fraude eletrônica e falsidade ideológica no ano passado. Ainda não foi informado quando o ex-congressista começará a cumprir a pena.

Eleito em 2022 pelo Partido Republicano, Santos venceu em um distrito tradicionalmente democrata, abrangendo partes do Queens e de Long Island, em Nova York. Pouco depois da vitória, vieram à tona diversas informações falsas apresentadas pelo político durante a campanha, como ter trabalhado em grandes empresas de Wall Street e possuir uma fortuna imobiliária. Na realidade, ele enfrentava dificuldades financeiras e respondia a processos de despejo.

As investigações que se seguiram revelaram que Santos cometeu fraudes para financiar sua candidatura, enganando doadores e utilizando a identidade de terceiros, incluindo familiares. Como parte de um acordo judicial, o ex-deputado aceitou pagar cerca de US$ 580 mil em multas, além de cumprir a pena de prisão.

Durante o processo de julgamento, os promotores argumentaram que Santos demonstrou pouco arrependimento, citando postagens recentes em redes sociais nas quais ele se retrata como vítima da promotoria. Já em carta enviada ao tribunal, Santos afirmou estar “profundamente arrependido” pelos crimes cometidos e considerou a pena aplicada severa demais.

Os advogados de defesa haviam pedido uma sentença mais branda, de dois anos de prisão, argumentando que ela seria compatível com a aplicada a outros políticos condenados por crimes financeiros semelhantes.

Nas redes sociais, antes da audiência, Santos agradeceu a apoiadores e críticos, refletindo sobre o impacto do processo em sua vida pessoal. Em publicação no X (antigo Twitter), afirmou ter aprendido a valorizar a compaixão e destacou o fortalecimento pessoal diante das críticas.

Aos 36 anos, George Santos não respondeu às perguntas da imprensa ao chegar ao tribunal em Long Island. Em mensagem enviada à Associated Press, declarou estar “pronto para encarar as consequências”.

Santos foi expulso da Câmara dos Deputados dos EUA em 2023, após servir por pouco mais de um ano.