Na manhã desta terça-feira (19), o Exército de Israel confirmou a morte de Essam al-Da’alis, chefe de governo do Hamas, durante a ofensiva militar em curso na Faixa de Gaza. Segundo comunicado oficial das Forças de Defesa de Israel (IDF), al-Da’alis era responsável pelo funcionamento do regime do Hamas na região, supervisionando a integração de todos os ramos do grupo para fins terroristas.
O ataque foi parte de uma série de bombardeios lançados durante a noite de segunda-feira (18), os quais visavam enfraquecer as capacidades governamentais e militares do Hamas. Além de al-Da’alis, outras figuras de alto escalão do grupo foram mortas, incluindo Mahmoud Marzouk Ahmed Abu-Watfa, Ministro de Assuntos Internos do Hamas; Bahajat Hassan Mohammed Abu-Sultan, chefe das Forças de Segurança Interna; e Ahmed Amar Abdullah Alhata, Ministro da Justiça.
De acordo com o Exército de Israel, os ataques focaram em alvos estratégicos, como células militantes, estoques de armas e infraestruturas militares utilizadas pelo Hamas para planejar e executar ataques contra civis israelenses. “A ofensiva continuará com o objetivo de remover ameaças ao Estado de Israel”, afirmou a IDF em seu comunicado.
Retorno da Ofensiva e Protestos
A ofensiva israelense iniciou após o fim da trégua entre Israel e o Hamas, que estava em vigor desde janeiro de 2024. A retomada dos bombardeios gerou protestos, especialmente entre parentes de reféns israelenses mantidos em Gaza. Esses familiares temem que os novos ataques dificultem a negociação pela liberação dos últimos reféns ainda em cativeiro.
Até o momento, o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, informou que o ataque causou a morte de pelo menos 326 pessoas, incluindo várias crianças, e deixou mais de 600 feridos. Embora Israel afirme ter bombardeado apenas alvos militares, o Hamas acusou as forças israelenses de romper unilateralmente o cessar-fogo e causar a morte de civis.
A Guerra em Gaza: Um Conflito Prolongado
O conflito entre Israel e o Hamas teve início em 7 de outubro de 2023, quando o grupo extremista invadiu Israel, resultando na morte de mais de 1.200 pessoas e no sequestro de mais de 200 israelenses. A partir de então, Israel lançou uma grande operação para destruir as infraestruturas do Hamas, resultando em mais de 40 mil mortes, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.
A guerra gerou uma crise humanitária sem precedentes, com milhares de pessoas desabrigadas e cidades destruídas. Além disso, o conflito atraiu a intervenção de outros grupos no Oriente Médio, incluindo o Hezbollah e o Irã, e resultou em ataques no Mar Vermelho por rebeldes Houthis do Iémen.
As negociações para uma nova fase do cessar-fogo seguem em andamento, com mediação do Egito, Catar e Estados Unidos. No entanto, o governo israelense já declarou que a ofensiva contra o Hamas será intensificada enquanto for necessário.