As exportações de carne bovina dos Estados Unidos continuaram a registrar crescimento em julho de 2024, conforme dados divulgados pela Federação de Exportação de Carne dos EUA (USMEF). Durante o mês, os embarques atingiram 110.419 toneladas, um leve aumento em comparação com junho de 2024 (+0,24%) e um salto de 7% em relação a julho de 2023. Este foi o segundo melhor resultado mensal no ano, de acordo com a USMEF.
Apesar do desempenho positivo em julho, o acumulado das exportações de carne bovina entre janeiro e julho de 2024 registrou queda de 2% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 754.152 toneladas. No entanto, o aumento de receita foi notável, com uma alta de 6%, quando comparado ao mesmo período de 2023.
Segundo o CEO da USMEF, Dan Halstrom, o aumento da demanda por carne bovina americana nos mercados asiáticos, especialmente no Japão e Taiwan, é um fator encorajador. “A carne bovina norte-americana enfrentou desafios significativos na Ásia, particularmente no Japão, mas as perspectivas para o restante do ano são promissoras”, afirmou Halstrom.
Em julho de 2024, as exportações para o Japão, após um forte desempenho em junho, chegaram a 22.031 toneladas, marcando um aumento de 14% em relação ao ano anterior. A receita também cresceu 17%, totalizando US$ 175 milhões. O turismo no Japão tem sido um dos fatores impulsionadores da demanda por carne bovina, especialmente nos setores de alimentação e hospitalidade, apesar da economia japonesa ainda enfrentar dificuldades.
Outro mercado que se destacou em julho foi o México, com os maiores embarques do ano, totalizando 21.081 toneladas, um aumento de 19% em relação ao mesmo mês de 2023. As exportações para o país também tiveram um incremento significativo em termos de receita, subindo 17% e alcançando US$ 122,5 milhões — o maior valor registrado nos últimos quatro anos. O México segue sendo o principal destino em volume para a carne bovina dos EUA e o segundo maior em valor, atrás apenas do Japão.
Desafios na Colômbia
Por outro lado, as exportações para a Colômbia apresentaram um cenário desfavorável. O bloqueio imposto pelo país às carnes dos EUA, devido a surtos de gripe aviária (H5N1) em vacas leiteiras americanas, impactou fortemente as vendas. Enquanto o primeiro trimestre de 2024 registrou um bom desempenho, as exportações caíram drasticamente a partir de abril, após a suspensão das importações de Estados afetados pela gripe aviária.
No acumulado de janeiro a julho de 2024, as exportações para a Colômbia caíram 32% em volume, somando 2.312 toneladas, com uma queda de 21% na receita, que totalizou US$ 14,2 milhões. A USMEF considera o bloqueio colombiano como uma medida equivocada, dado o impacto negativo nas relações comerciais entre os países.
O bloqueio foi anunciado no final de abril de 2024, após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária em vacas nos Estados Unidos pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), em março. Desde então, outros casos foram registrados, gerando preocupações na cadeia de produção pecuária americana.