Família de jovem brasileira morta no Líbano será repatriada em primeiro voo organizado pelo governo

A mãe e os três irmãos de Mirna Raef Nasser, adolescente brasileira de 16 anos que faleceu durante um bombardeio no Líbano, foram incluídos no primeiro voo de repatriação coordenado pelo governo brasileiro. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (3), e o retorno ao Brasil está previsto para ocorrer neste fim de semana.

Ikram Adel Yassine, mãe de Mirna, e seus outros três filhos, de 13, 10 e 6 anos, buscaram apoio na Embaixada do Brasil em Beirute após a tragédia. A família, que residia no Vale do Bekaa, quer retornar ao Brasil, onde parte dos parentes de Ikram vive, incluindo seu cunhado, que está em Balneário Camboriú, em Santa Catarina.

Inicialmente, o voo de repatriação estava programado para decolar nesta sexta-feira (4), mas, devido a preocupações de segurança, o governo brasileiro adiou a partida em 24 horas. O avião da Força Aérea Brasileira agora deve sair de Beirute às 14h de sábado (5), no horário de Brasília, trazendo cerca de 220 pessoas de volta ao país.

Tragédia no Líbano

Mirna, que nasceu em Balneário Camboriú, foi a segunda brasileira a perder a vida nos recentes ataques ao Líbano. No dia 23 de setembro, ela e seu pai, Raef Hussein Nasser, retornaram à antiga residência para buscar pertences após deixarem a casa devido aos bombardeios. No entanto, ambos foram atingidos durante esse retorno, resultando na morte de Mirna. Raef também não sobreviveu.

Desolada, Ikram expressou seu desejo de deixar o Líbano o mais rápido possível, especialmente por temer pela segurança de seus outros filhos. “Eu perdi minha filha e meu marido. Estou sozinha aqui com três crianças pequenas e preciso ir para o Brasil para ficar com meu cunhado. Aqui, eu não tenho ninguém para me ajudar”, desabafou. Ela também relatou o trauma vivido pela filha de 13 anos, que se desespera ao ouvir os sons dos bombardeios.

Vítimas brasileiras no conflito

Mirna Nasser foi a segunda brasileira a morrer em decorrência dos ataques no Líbano. O adolescente Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, também foi vítima de um foguete que atingiu a cidade de Kelya.

O tio de Mirna, Ali Bu Khaled, que vive em Balneário Camboriú, lembrou que a sobrinha era uma jovem muito inteligente e que havia planos para trazê-la ao Brasil assim que o ano escolar terminasse. “Ela tinha o direito de vir conhecer o Brasil, e estávamos planejando isso”, disse ele, emocionado. Ele também fez críticas à cobertura dos ataques, afirmando que muitas das áreas atingidas eram civis, e não alvos militares, como relatado.

Relacionadas

Últimas notícias