Na votação desta terça-feira (5), eleitores da Flórida rejeitaram a proposta de emenda constitucional que buscava legalizar o uso recreativo da maconha no estado. A emenda precisava de 60% dos votos para ser aprovada, mas não alcançou o percentual necessário. Caso tivesse passado, a medida permitiria que adultos maiores de 21 anos comprassem e usassem cannabis para fins recreativos, além de abrir portas para a expansão do mercado com licenças para novos varejistas.
A campanha para legalização foi uma das mais custosas do país, financiada principalmente pela Trulieve, a maior operadora de maconha medicinal na Flórida, que destinou cerca de US$ 145 milhões dos US$ 153 milhões arrecadados para a iniciativa. Apesar do forte financiamento, a proposta enfrentou oposição do Partido Republicano da Flórida e do governador Ron DeSantis, que alegaram que a legalização comprometeria a qualidade de vida dos cidadãos, mencionando o incômodo do “cheiro de maconha no ar”.
Além da Flórida, outros estados como Nebraska, Dakota do Norte e Dakota do Sul também colocaram emendas sobre o uso e posse de cannabis em votação. Em Nebraska, duas medidas para legalizar o uso medicinal e regulamentar a indústria foram aprovadas pelos eleitores. Em Dakota do Norte, a proposta de permitir a produção, venda, posse e uso recreativo de cannabis para maiores de 21 anos foi rejeitada. Em Dakota do Sul, a tendência era semelhante, com um provável fracasso da medida, embora o resultado final ainda não estivesse disponível no fechamento desta matéria.
Em Massachusetts, um referendo separado e controverso também foi rejeitado pelos eleitores, o qual propunha a legalização do uso, posse e cultivo de substâncias psicodélicas, como a mescalina e a ibogaína.
A Expansão da Legalização da Maconha nos EUA
Antes desta eleição, 24 estados e o Distrito de Columbia já haviam aprovado leis permitindo o uso recreativo da maconha para adultos, abrangendo 53% da população norte-americana. Além disso, 38 estados e o Distrito de Columbia tinham leis para o uso medicinal da substância, consolidando a tendência de descriminalização da cannabis para fins de saúde e bem-estar.
Por outro lado, a Flórida também votou e rejeitou uma emenda que restabeleceria o direito ao aborto até a viabilidade do feto. Atualmente, o limite para abortos no estado é de seis semanas de gestação, uma fase em que muitas mulheres sequer sabem que estão grávidas.