O furacão Helene, que devastou o sudeste dos Estados Unidos na última semana, já é considerado o mais mortal a atingir o país desde o furacão Katrina, em 2005. A tempestade deixou um saldo trágico de 200 mortos em seis estados e milhões de pessoas sem eletricidade, enquanto comunidades inteiras lutam para se recuperar dos danos catastróficos.
Helene chegou à costa da Flórida há uma semana, trazendo ventos intensos e chuvas torrenciais que se espalharam pela Costa do Golfo e pelo interior do país. Os meteorologistas haviam alertado sobre os impactos devastadores que a tempestade causaria, mas a magnitude da destruição surpreendeu até os mais experientes.
Cenário de destruição e resistência
Agora, os sobreviventes enfrentam uma dura realidade: casas destruídas, comunidades isoladas e infraestrutura completamente devastada. Em cidades como Weaverville, na Carolina do Norte, o cenário ainda é desolador. Embora os serviços estejam sendo lentamente restabelecidos, o prefeito Patrick Fitzsimmons destacou que a situação “ainda está bastante difícil”. Muitos moradores dependem de lugares como supermercados com Wi-Fi para conseguir algum tipo de comunicação.
Centenas de estradas continuam fechadas, dificultando o envio de ajuda humanitária às áreas mais afetadas. Em regiões mais isoladas, os suprimentos estão sendo entregues por via aérea e até mesmo com a ajuda de mulas. Para muitos que fugiram antes da chegada de Helene, o retorno para verificar suas casas e familiares foi adiado devido à inacessibilidade das áreas devastadas.
Apagão generalizado
Quase um milhão de pessoas ainda estavam sem energia na manhã desta quinta-feira, de acordo com o site PowerOutage.us. A maior parte dos afetados está nas Carolinas, onde o fornecimento de energia foi gravemente prejudicado. A Duke Energy, principal fornecedora da região, informou que grandes porções da rede elétrica foram “simplesmente destruídas” pelas inundações e ventos. Em várias áreas da Geórgia e Carolina do Norte, mais de 90% dos clientes permanecem sem eletricidade, com alguns condados chegando a 99% de desabastecimento.
A recuperação do sistema elétrico será lenta e difícil. Muitos postes e linhas de transmissão foram derrubados pelas enchentes e precisarão ser totalmente reconstruídos antes que a energia possa ser restabelecida.
Resposta federal e esforços de recuperação
Em resposta ao desastre, o presidente Joe Biden mobilizou 1.000 soldados de Fort Liberty, no leste da Carolina do Norte, para ajudar na parte oeste do estado, uma das mais atingidas pela tempestade. Biden visitou as áreas devastadas na quarta-feira, enquanto a vice-presidente Kamala Harris esteve em Augusta, na Geórgia, onde a cidade ainda está sob toque de recolher.
Enquanto as autoridades tentam acelerar os esforços de recuperação, os moradores continuam ajudando uns aos outros, compartilhando alimentos, água e trabalhando juntos para remover escombros e árvores caídas. Para muitos, qualquer pequeno avanço, como o restabelecimento do sinal de celular ou encontrar um posto de gasolina funcionando, representa uma vitória em meio à destruição generalizada.
O furacão Helene já entrou para a história como um dos eventos climáticos mais devastadores a atingir os Estados Unidos, deixando marcas profundas nas comunidades afetadas. A recuperação será longa, mas o espírito de solidariedade entre os sobreviventes permanece forte.