O Departamento de Justiça dos Estados Unidos solicitou nesta sexta-feira (2), durante audiência em um tribunal federal na Virgínia, que a Alphabet, controladora do Google, seja obrigada a vender partes fundamentais de sua tecnologia de publicidade digital. A solicitação faz parte do processo para cumprir a decisão judicial de abril, que considerou que a empresa violou a legislação antitruste ao monopolizar de forma ilegal o mercado de anúncios on-line.
A juíza Leonie Brinkema, responsável pelo caso, decidiu que o Google manteve práticas monopolistas no setor de publicidade digital, o que representa um dos mais relevantes reveses regulatórios enfrentados pela empresa nos últimos anos. A nova fase do julgamento foi marcada para setembro, quando serão discutidas as possíveis soluções para restaurar a concorrência no setor.
De acordo com o governo, além da venda de ativos, o Google também deveria ser obrigado a compartilhar dados de leilões de anúncios em tempo real com concorrentes, como forma de promover maior equilíbrio no mercado. O Departamento de Justiça argumenta que tais medidas são necessárias para reverter os efeitos anticompetitivos identificados pela Justiça.
O Google, por sua vez, defende que uma venda forçada seria prejudicial tanto para o mercado quanto para os usuários, e alega dificuldades em encontrar compradores para os ativos propostos. A empresa afirma preferir medidas comportamentais, como permitir o acesso de concorrentes a lances em tempo real, mas argumenta que os promotores não têm base legal para impor o desmembramento de sua operação.
Este caso se soma a outro processo enfrentado pelo Google em Washington, que trata de seu domínio sobre o mercado de buscas on-line. Ambos refletem o aumento da pressão regulatória sobre grandes empresas de tecnologia nos Estados Unidos, especialmente em relação à sua atuação nos mercados digitais e à concentração de poder.