A greve dos estivadores da Associação Internacional dos Estivadores (ILA) nos Estados Unidos completou seu segundo dia nesta quarta-feira (2), resultando em uma paralisação que está impactando metade do transporte marítimo do país. O governo do presidente Joe Biden está pressionando os empregadores portuários a aumentar suas ofertas, na tentativa de garantir um acordo trabalhista, pois a greve está causando sérias interrupções no transporte de mercadorias essenciais em 36 portos, desde o Maine até o Texas.
Com a greve, as operações em portos como Nova York, Baltimore e Houston foram severamente afetadas, impactando o transporte de uma ampla gama de produtos, desde alimentos a automóveis. Analistas do JP Morgan estimam que a interrupção possa custar à economia norte-americana cerca de US$ 5 bilhões por dia. Na terça-feira (1), mais de 38 navios porta-contêineres já estavam parados nos portos dos EUA, em comparação com apenas três navios no domingo anterior ao início da greve.
Em resposta à situação, Biden destacou em uma publicação no X que os transportadores marítimos estrangeiros têm obtido lucros recordes desde a pandemia, enquanto os estivadores arriscaram suas vidas para manter os portos abertos. Ele pediu que os empregadores ofereçam um contrato justo que reflita a contribuição dos trabalhadores da ILA para a economia e para os lucros dos transportadores. O presidente também orientou sua equipe a monitorar possíveis práticas de manipulação de preços que possam beneficiar os transportadores estrangeiros.
A ILA, que representa cerca de 45 mil trabalhadores portuários, iniciou a greve logo após a meia-noite de terça-feira, após as negociações com a Aliança Marítima dos Estados Unidos (USMX) falharem. Embora a USMX tenha oferecido um aumento salarial de 50%, o líder da ILA, Harold Daggett, afirmou que a organização está buscando mais, incluindo um aumento adicional de US$ 5 por hora por ano durante o novo contrato de seis anos e a eliminação de projetos de automação portuária que ameaçam os empregos dos sindicalizados.
“Estamos preparados para lutar pelo tempo que for necessário, para permanecer em greve pelo tempo que for preciso, para obter os salários e as proteções contra a automação que nossos membros da ILA merecem”, declarou Daggett na terça-feira. Em Elizabeth, Nova Jersey, centenas de trabalhadores portuários se reuniram em um terminal marítimo, segurando cartazes e entoando slogans de apoio à greve, enquanto comerciantes locais ofereciam comida e música.
Os varejistas, que representam aproximadamente metade do volume total de transporte de contêineres, estão tentando minimizar o impacto da greve, implementando planos de contingência. No entanto, a preocupação persiste sobre as consequências econômicas não apenas para os Estados Unidos, mas também para o comércio global, à medida que a paralisação continua a se desenrolar.