Na manhã desta quinta-feira (20), o grupo terrorista Hamas entregou os restos mortais de um bebê, uma criança, a mãe deles e um idoso para as autoridades israelenses. Os corpos foram transportados em caixões pretos e entregues na cidade de Khan Younis, na Faixa de Gaza, para integrantes da Cruz Vermelha, que os levaram até Israel.

Três das vítimas pertenciam à família Bibas, símbolo do sofrimento dos reféns israelenses sequestrados pelo Hamas: Shiri Bibas, de origem argentina, e seus filhos Kfir Bibas, de nove meses, e Ariel Bibas, de 4 anos. O idoso entregue foi identificado como Oded Lifschitz, de 83 anos.

A entrega dos corpos foi confirmada pelo governo israelense e os restos mortais foram levados a um centro de análise forense para exames de DNA. A morte de Lifschitz já havia sido confirmada pelo gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

O Hamas alega que Shiri e seus filhos foram mortos em um ataque aéreo israelense durante a guerra, versão não confirmada pelas autoridades de Israel. A entrega dos corpos ocorreu no mesmo período em que se completam 500 dias do ataque de 7 de outubro de 2023, quando 1.200 israelenses foram mortos e 251 pessoas foram sequestradas pelo Hamas, dando início ao conflito.

A ONU condenou a maneira como os corpos foram entregues, com o chefe de Direitos Humanos da entidade, Volker Turk, classificando a exibição dos restos mortais como “abominável” e contrária ao direito internacional. Em Israel, a notícia gerou uma onda de comoção nacional. O presidente Isaac Herzog expressou pesar e pediu desculpas em nome do governo pelos reféns mortos.

O primeiro-ministro Netanyahu reafirmou o compromisso de eliminar o Hamas e resgatar todos os reféns. No entanto, o governo também enfrenta pressão interna, com protestos de familiares das vítimas exigindo ações mais eficazes para trazer os reféns restantes de volta para casa.

As negociações para uma segunda fase do cessar-fogo continuam, com o Hamas afirmando estar disposto a libertar todos os reféns ainda mantidos em Gaza. A trégua, no entanto, também envolve a retirada total das tropas israelenses do território palestino, um ponto de forte impasse nas conversas mediadas por organizações internacionais.