Hamas Liberta Mais Três Reféns Israelenses em Acordo de Cessar-Fogo em Gaza

Na manhã deste sábado (15), o grupo Hamas libertou mais três reféns israelenses como parte do acordo de cessar-fogo com Israel na Faixa de Gaza. Os reféns foram entregues à Cruz Vermelha, que ficou responsável por sua transferência para o território israelense, na região de Khan Younis.

Impasses na Trégua

A liberação ocorreu após uma semana de tensão, em que Hamas e Israel trocaram acusações sobre o descumprimento dos termos do acordo. Em determinado momento, o grupo extremista chegou a suspender as liberações de reféns “até nova ordem”. No entanto, após intensas negociações mediadas pelo Egito e Catar, as diferenças foram resolvidas na quinta-feira (13), permitindo a continuidade do cessar-fogo.

Em contrapartida à liberação dos reféns, Israel deve soltar 369 prisioneiros palestinos, conforme informado pelo escritório de mídia do Hamas.

Os três reféns libertados neste sábado foram:

  • Sagui Dekel-Chen, cidadão americano-israelense;
  • Alexandre Sasha Troufanov, russo-israelense;
  • Iair Horn, israelense.

Trocas e Situação Atual dos Reféns

O Hamas havia concordado, no mês passado, em entregar 33 reféns israelenses, incluindo mulheres e crianças, em troca da liberação de centenas de prisioneiros palestinos. Antes deste sábado, 16 dos 33 reféns israelenses já haviam sido libertados, além de cinco trabalhadores tailandeses, que foram soltos em uma ação não prevista no acordo.

Com essa nova liberação, ainda permanecem em Gaza 76 reféns, dos quais cerca de metade é considerada viva, segundo fontes da Reuters.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) expressou preocupação com o estado de saúde dos reféns que continuam em cativeiro. A entidade reforçou a necessidade de acesso imediato a essas pessoas, citando as condições físicas debilitadas dos três reféns libertados no último sábado (8), cuja aparência fragilizada gerou indignacão em Israel.

Desafios para a Trégua

Apesar da continuidade do cessar-fogo, o acordo ainda enfrenta desafios significativos. O Hamas exige a entrada de casas móveis para palestinos desalojados, além da chegada de equipamentos pesados para remoção de escombros e mais suprimentos médicos.

Israel, por sua vez, havia ameaçado retomar os combates caso os reféns não fossem libertados até este sábado.

A primeira fase do acordo está prevista para terminar no início de março. Até o momento, ainda não há negociações concretas para uma segunda fase, que envolveria a liberação de todos os reféns restantes em troca do fim da guerra.

Impactos do Conflito

A guerra entre Israel e Hamas teve início em 7 de outubro de 2023, quando militantes do grupo extremista invadiram a fronteira israelense, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo mais de 250 reféns, segundo as autoridades israelenses.

Desde então, o conflito causou a morte de mais de 48.000 palestinos, conforme relatado pelo Ministério da Saúde de Gaza, que não diferencia civis de combatentes. Israel afirma ter eliminado mais de 17.000 militantes do Hamas, sem, contudo, apresentar evidências detalhadas.

O impacto humanitário da guerra é devastador. Aproximadamente 90% da população de Gaza, composta por 2,3 milhões de pessoas, foi deslocada. Muitos dos que retornam às suas casas encontram apenas ruínas e condições precárias de sobrevivência.

Com a trégua ainda frágil e incertezas sobre um acordo definitivo, a situação permanece volátil, enquanto a comunidade internacional segue acompanhando as negociações com atenção.

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