Homem mata pai, irmão e policial militar, deixa nove feridos e é morto em Novo Hamburgo, RS

Um homem identificado como Edson Fernando Crippa foi morto pela polícia após manter sua família em cárcere privado e atirar contra policiais e familiares, resultando em três mortes e nove feridos. O caso ocorreu na noite de terça-feira (22), em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, e só terminou na manhã desta quarta-feira (23), após um cerco policial de nove horas. Entre as vítimas fatais estão o pai e o irmão do atirador, além de um policial militar.

Segundo a Brigada Militar, Crippa estava armado e resistiu à chegada dos policiais, que haviam sido acionados após uma denúncia de que o atirador mantinha os pais, idosos, em cárcere privado. Assim que os agentes chegaram ao local, o homem abriu fogo, matando o pai, Eugênio Crippa, 74 anos, e o irmão, Everton Crippa, 49 anos. O policial militar Everton Kirsch Júnior, de 31 anos, também foi morto durante a ação.

Além das vítimas fatais, outras nove pessoas ficaram feridas, incluindo a mãe e a cunhada do atirador, bem como cinco policiais militares. Dois dos feridos foram liberados do hospital após atendimento, enquanto outros permanecem em estado grave.

Cerco e desfecho do confronto

O cerco à casa na Rua Adolfo Jaeger, no bairro Ouro Branco, começou na noite de terça-feira. A Brigada Militar tentou negociar com Crippa, mas, de acordo com o comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Alexandro Famoso, o suspeito respondeu apenas com mais disparos. Durante o confronto, Crippa também abateu dois drones usados pelos policiais para monitorar a situação.

Após várias tentativas de diálogo e horas de tensão, a polícia invadiu o imóvel na manhã de quarta-feira, quando o atirador foi neutralizado. O secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Sandro Caron, elogiou a atuação da Brigada Militar, que “agiu com eficiência e neutralizou o atirador”.

No local, foram encontradas quatro armas e uma grande quantidade de munição. Crippa possuía registro de colecionador, atirador desportivo e caçador (CAC).

Vítimas fatais e feridos

Os mortos foram identificados como:

  • Eugênio Crippa, 74 anos, pai do atirador
  • Everton Crippa, 49 anos, irmão do atirador
  • Everton Kirsch Júnior, 31 anos, policial militar

Entre os feridos estão:

  • Cleris Crippa, 70 anos, mãe do atirador (em estado grave após ser baleada três vezes)
  • Priscilla Martins, 41 anos, cunhada do atirador (em estado grave)
  • Rodrigo Weber Voltz, 31 anos, policial militar (em estado grave)
  • João Paulo Farias Oliveira, 26 anos, policial militar (em estado grave)
  • Joseane Muller, 38 anos, policial militar (em estado estável)
  • Eduardo de Brida Geiger, 32 anos, policial militar (liberado após ser baleado de raspão)
  • Leonardo Valadão Alves, 26 anos, policial militar (liberado após ser baleado de raspão)
  • Felipe Costa Santos Rocha, policial militar (liberado após ser baleado de raspão)
  • Volmir de Souza, civil ferido e transferido para o Hospital da Unimed

Manifestações e comoção

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, expressaram pesar pelas vítimas. Lula destacou a necessidade de se repensar a distribuição de armas na sociedade, enquanto Eduardo Leite homenageou o soldado Everton Kirsch Júnior, que deixou uma esposa e um bebê de 45 dias.

“Este trágico episódio não pode ser normalizado. A distribuição indiscriminada de armas é inaceitável”, escreveu Lula em suas redes sociais. Já o governador afirmou que o soldado Everton deu sua vida para proteger a sociedade gaúcha, classificando-o como um herói cuja coragem nunca será esquecida.

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